Descrição de chapéu chuva

Chuvas fazem mais de 4.000 deixarem casas no Espírito Santo e barragem corre risco de romper

Em Colatina, quem mora próximo ao reservatório foi orientado a buscar um lugar seguro; temporais devem continuar até segunda (5)

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Rio de Janeiro e Salvador

As fortes chuvas que atingem o Espírito Santo há mais de uma semana fizeram com que 4.051 pessoas deixassem suas casas, segundo Boletim Extraordinário da Defesa Civil Estadual divulgado neste domingo (4). Do total, 3.238 estão desalojadas e 813, desabrigadas.

No município de Colatina, no noroeste do estado, moradores foram orientados pelas autoridades a deixar a região por conta do risco de rompimento de uma barragem de água entre as localidades de Alto Baunilha e Baunilha na tarde deste domingo. Caso o reservatório entre em colapso, a enxurrada pode atingir as casas dos ribeirinhos.

Imagem mostra pessoas andando em rua alagada
Moradores da cidade de Viana (ES), uma das mais prejudicadas pelos temporais, caminham em rua alagada - no facebook @prefeituradeviana

A cidade está entre as mais atingidas pelos temporais. Segundo a Defesa Civil, a chuva acumulada em Colatina passa dos 100 mm.

Em comunicado nas redes sociais, a Defesa Civil e a prefeitura de Colatina orientaram que a população que mora abaixo da vazante da barragem ou próximo das margens do rio Baunilha saiam de casa com documentos pessoais e outros itens importantes.

De acordo com as autoridades, a barragem apresentou instabilidade devido ao acumulado de chuva dos últimos dias, e encontra-se em estado crítico, com risco iminente de rompimento.

Em todo estado do Espírito Santo, o município de Viana é um dos mais prejudicados pelas enchentes, com 1.420 desalojados e 256 desabrigados. A prefeitura disponibilizou pelo menos dez abrigos temporários.

A cidade também registra o único óbito por consequência da chuva no estado. Na quinta-feira (1), um homem morreu soterrado após a casa onde morava desabar no bairro Vila Belém.

Ao todo, nove cidades –Fundão, Serra, Ibiraçu, Aracruz, Cariacica, Santa Leopoldina, Viana, Linhares e João Neiva– estão classificadas com risco alto para deslizamento de terra.

Além disso, o monitoramento feito pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) também classifica como alta a possibilidade de alagamentos ou enchentes nessas cidades.

Neste domingo, o Instituto Nacional de Meteorologia emitiu o alerta laranja, o segundo em uma escala de três, para perigo do acumulado de chuvas no Espírito Santo até a manhã desta segunda (5).

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o KM 36 da BR-259, entre os municípios de João Neiva e Colatina, está totalmente interditado nos dois sentidos por causa de erosão causada pela chuva. Não há previsão de liberação, segundo a PRF.

Já nas rodovias estaduais há interdição parcial na ES-257 em Aracruz, devido à risco de queda de rochas; na ES-080, em Santa Leopoldina; na ES-262, em Santa Teresa; na ES-181, em Muniz Freire; na ES-185, na altura dos municípios de Iúna e IbitiramaI; e ES-375, em Vargem Alta.

Em visita ao município de Viana, nesta sexta (2), o governador Renato Casagrande (PSB) disse que o estado está fornecendo cestas básicas, colchões e outros suprimentos às pessoas afetadas.

"Enviamos um projeto de lei para a Assembleia Legislativa para fazermos o pagamento do Cartão Reconstrução, que criamos em 2014, em caráter emergencial, para dar assistência à população atingida pelas chuvas no estado. São R$ 3.000 liberados para cada família já cadastrada no CadÚnico para comprar móveis, eletrodomésticos, e o que for preciso para reconstruir suas vidas."

Temporal na Bahia

As chuvas fortes dos últimos dias também causaram estragos em cidades da Bahia. De acordo com a Defesa Civil estadual, 495 pessoas estão desabrigadas e 8.786 foram desalojadas temporariamente de suas casas. Não há registro de mortos ou desaparecidos.

Ao todo, foram registrados estragos em 50 municípios, sendo que 16 deles decertaram situação de emergência. É o caso de cidades como Itabuna, Prado, Eunápolis e Cachoeira.

O Corpo de Bombeiros da Bahia atua no resgate de famílias que ficaram ilhadas pelas inundações e no monitoramento das áreas atingidas.

Equipes técnicas Secretaria de Infraestrutura da Bahia fazem manutenção dos estragos nas rodovias estaduais afetadas pelas chuvas, incluindo quatro pontes que ficaram danificadas.

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