Descrição de chapéu Obituário Antônio Libânio de Araújo Neto (1953 - 2022)

Mortes: Uma vida dedicada à defesa da democracia e ao próximo

Antônio Libânio de Araújo Neto foi um dos fundadores do PT e atuou nas greves por direitos trabalhistas nos anos de 1970 e 1980

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São Paulo

Homem dedicado à família, defensor feroz da democracia e sempre preocupado com o bem-estar do próximo. Seu coração batia mais forte e sentia o toque da liberdade toda vez que pegava a estrada, algumas em trabalhos como caminhoneiro.

É dessa forma que Denis Libânio descreve o irmão Antônio Libânio de Araújo Neto, funcionário aposentado da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), onde ingressou em 1979 e ocupou diversos cargos, como motorista, segurança e auxiliar de serviços gerais.

Antônio Libânio de Araújo Neto - Arquivo Pessoal

Antônio nasceu em São Paulo, no bairro do Tatuapé (zona leste), e sempre militou pela liberdade, moradia, direitos e melhores condições de vida para os trabalhadores. Foi um dos fundadores do PT (Partido dos Trabalhadores).

"Ele era metalúrgico e foi formado no chão de fábrica. Lutou na década de 1970 quando teve as greves dos condutores por melhores salários. O Frei Betto ia lá, se organizavam. Meu irmão conheceu José Genoíno no cursinho nessa época. Conheceu esse pessoal da época da fundação do partido", conta Denis.

Nos anos 1980, Antônio continuou se envolvendo na luta pela redemocratização do país, principalmente durante a greve dos metalúrgicos.

"Eles tiveram o salário cortado e as famílias todas passando necessidades. Ele se articulava com as igrejas dos bairros para fazer arrecadação para os trabalhadores que precisavam se subsistência. Sempre foi de conciliar, construir caminhos, conversas com as pessoas", conta Denis.

Antônio era bem conhecido, especialmente pelas gerações mais antigas do Tatuapé, já que sempre se mobilizava para ajudar quem estivesse em necessidade e fazia abaixo-assinados pedindo melhorias nos serviços para a população.

"Ele era uma pessoa que aglutinava a família, sempre estava conectado, telefonando, queria saber como estavam todos, sempre dava apoio moral", diz o irmão.

Apesar de ter nascido em São Paulo, as raízes de parte da família estão no Nordeste, região que tinha um espaço especial no coração do aposentado.

"Sempre que tinha oportunidade ele pegava a estrada para lá. Ele foi caminhoneiro muitos anos e, mesmo depois de mudar de área, pegava uns bicos de levar caminhão-cegonha. Saía de São Bernardo, entregava lá em Caicó, no Rio Grande do Norte, e voltava de avião", conta.

Havia dez anos, Antônio morava no local que sempre sonhou, São José do Seridó, também no Rio Grande do Norte, cidade onde seu pai e sua esposa nasceram.

Antônio morreu no dia 13 de dezembro, aos 69 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Deixou a mulher, Gilma Maria Medeiros de Araújo, as filhas Patrícia e Natália, dois netos, quatro irmãos e a mãe.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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