Secretário de Segurança de SP diz que não vai acabar com programa de câmeras em farda da PM

Após polêmica, Derrite reafirma posição do governador Tarcísio: 'Não iremos acabar com o programa Olho Vivo'

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São Paulo

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite, disse em entrevista na manhã desta terça (10) que sua fala sobre rever o programa "Olho Vivo", que instalou câmeras em fardas da Polícia Militar, foi distorcida. "Não falei que ia acabar com o programa, distorceram minha fala. Que fique claro: não iremos acabar com o programa 'Olho Vivo', das câmeras, é compromisso meu e do governador", afirmou.

A declaração foi dada por Derrite em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo. Segundo o secretário, a proposta da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) é adicionar ferramentas como a identificação de placas de carros durante o patrulhamento e telemetria para localização precisa de agentes em campo.

A declaração sobre rever o programa, contestada pelo governador após repercussão, foi dada na última quarta (4), em entrevista à rádio Cruzeiro, de Sorocaba (SP), terra natal de Derrite.

Câmara utilizada por ofíciais da Polícia Militar em São Paulo
Câmera usada por oficiais da Polícia Militar em São Paulo - Bruno Santos/Folhapress

"Nós vamos rever o programa. O que existe de bom vai permanecer. Aquilo que não está sendo bom e que pode ser comprovado cientificamente que não é bom —por isso a importância de analisar esse estudo da Fundação Getulio Vargas, a gente vai propor ao governador possíveis alterações", afirmou Capitão Derrite, como é conhecido, que foi oficial da Rota (tropa da PM).

O secretário disse ainda que sua prioridade para a cracolândia é evitar que drogas cheguem à região. "Boa parte chega por pequenos traficantes, que levam sacolas dentro das estações de trem, de metrô e da CPTM."

O secretário de Segurança de São Paulo, Capitão Derrite
O secretário de Segurança de São Paulo, Capitão Derrite - Mathilde Missioneiro - 30.nov.2022/Folhapress

Derrite disse que a cracolândia é prioridade na gestão Tarcísio e confirmou o nome de Jair Barbosa Ortiz para o comando da 1ª Delegacia Seccional Centro.

Reportagem da Folha mostrou que "lagartos" assumiram o tráfico na cracolândia pouco antes da migração do fluxo de usuários do entorno da praça Júlio Prestes para a praça Princesa Isabel, no ano passado. "Lagarto" é um termo dado pela polícia aos dependentes químicos que gozam da confiança dos traficantes e que geralmente prestam serviços em troca de pequenas porções de crack.

Antes mesmo da migração, segundo os policiais, esses usuários passaram a ser responsáveis pela venda das drogas como forma de evitar que os traficantes fossem presos em eventuais ações policiais, que se tornaram constantes desde a deflagração da Operação Caronte.

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