Descrição de chapéu Obituário Rosângela Alamini (1963 - 2023)

Mortes: Cuidou da vida com graça e bom humor

Rosângela Alamini só viajava de carro e foi servidora exemplar

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São Paulo

Um erro na documentação fez com que Rosângela Alamini, nascida em outubro de 1963, comemorasse o aniversário um mês antes da data oficial. Longe de virar um problema, era motivo de brincadeiras.

O bom humor foi sua marca por toda a vida, que começou em Criciúma, em Santa Catarina. Foi lá que Rosângela cresceu e criou laços com familiares, um dos principais motivos para trocar as praias de Florianópolis, onde viveu nos últimos anos, pelo balneário de Rincão, mais próximo da cidade natal.

Depois de terminar a escola em Criciúma, prestou vestibular para o curso de direito da Universidade Federal de Santa Catarina, e foi estudar em Florianópolis.

Rosângela Alamini, branca, sorri para foto, usa chapéu e vestido de praia com uma alça. Apoia mão esquerda na bocheca esquerda e mão direita no braço esquerdo
Rosângela Alamini (1963-2023) - Arquivo pessoal

Sua carreira como servidora do Judiciário catarinense começou em 1992, quando tomou posse como escrivã judicial na comarca de Ituporanga, a 160 km da capital.

Voltaria a Florianópolis em 2012, transferida para uma das divisões do Tribunal de Justiça que cuida de editais. Seu bom humor característico rapidamente conquistou a simpatia dos colegas.

"Lembro da Rô ensinando os estagiários, dizendo a dinâmica de cada processo com amor e uma bagagem bem grande de judiciário", afirma Patrícia Coelho, 43.

As piadas, frequentes no trabalho, também fizeram parte da educação do filho único. "Era bem brincalhona, sempre fazendo graça, às vezes até com coisas mais sérias", diz Pedro Alamini, 29. Como o pai, Maurício Alexandre, faleceu quando ele tinha de 17 anos, a criação ficou toda por conta de Rosângela.

O medo de avião também não a impediu de viajar com Pedro para conhecer outras cidades, estados, e até o Chile e a Argentina. Tudo de carro, lembra o filho, e embalado com música sertaneja.

Em 2017, Rosângela descobriu um câncer de mama, e rapidamente iniciou o tratamento, voltando ao trabalho e às reuniões com a família na sequência. A doença, no entanto, voltou em 2021, afetando um dos pulmões, o fêmur e a pele.

A volta do câncer deu medo, mas nunca foi capaz de tirar sua leveza e a perseverança, como conta a colega de serviço público Graciane Kuhn, 45.

"Quando começou a aposentadoria, em setembro de 2022, ela falou que queria se curar e aproveitar. Ficam da Rô o exemplo de alto astral e da alegria de viver", afirma.

Rosângela Alamini morreu em 11 de janeiro, em Florianópolis, aos 60 anos, em decorrência do câncer. Deixa o filho, Pedro.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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