Descrição de chapéu Alalaô

Foliões serão revistados no Carnaval de rua de São Paulo

Grades serão instaladas nas vias onde passarão os blocos, segundo a prefeitura, que vem sendo cobrada a evitar transtornos a moradores

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O esquema de segurança do Carnaval de rua de São Paulo terá grades nas ruas de acesso aos blocos e revista dos foliões.

De acordo com a secretária municipal de Cultura, Aline Torres, o público não poderá passar pelos limites dos gradis portando objetos cortantes, garrafas de vidro ou alto que ameace os demais foliões.

"Uma pessoa poderá passar com bolsa ou mochila, mas terá de mostrar se não tem nada perigoso dentro", afirmou. Na semana passada, a prefeitura disse que serão usados 100 mil gradis, que somam 240 km lineares, além de 48 km de tapumes.

Bloco Cornucópia Desvairada, desfilou no último domingo (5) na Lapa, zona oeste, mesmo sem autorização - Bruno Santos - 5.fev.23/Folhapress

Torres afirma não acreditar que a revista vá provocar tumulto e aglomerações. "Nem todo mundo chega junto ou sai no mesmo horário", disse a secretária. "Será o mesmo esquema usado no vale do Anhangabaú, no aniversário de São Paulo, e que deu certo."

A titular da pasta da Cultura explicou seguranças, policiais militares e guardas-civis metropolitanos estarão espalhados entre os gradis para evitar afunilamento durante a vistoria.

Segundo a prefeitura, os gradis serão colocados nos 13 circuitos do Carnaval, nos blocos acima de 40 mil e em pontos identificados previamente.

"A organização considera o planejamento estratégico para fechamento de vias, controles de acesso, isolamento de pontos vulneráveis, linhas de vida e isolamento de patrimônios", diz a prefeitura, em nota.

"Em caso de lotação, a Polícia Militar fará a identificação do local para retirada dos gradis", afirma a administração municipal.

Questionada, a Polícia Militar não informou detalhes de como fará a revista. Em nota, disse que haverá emprego de forma maciça de todas as unidades, efetivos e meios para cuidar da segurança dos foliões, inclusive com policiamento aéreo e do Choque.

Nesta terça-feira (7), o coronel Edmilson Colonello, comandante do CPTran (Comando do Policiamento de Trânsito) da Polícia Militar, disse à Folha que blitze de trânsito serão intensificadas no Carnaval para flagrar motoristas que tenham bebido, inclusive nas proximidades dos megablocos.

Após dois anos suspenso, o Carnaval de rua de 2023 poderá atrair até 15 milhões de pessoas, segundo estimativa da própria prefeitura.

A festa na cidade acontece neste fim de semana (pré-Carnaval), de 18 a 21 de fevereiro (Carnaval) e nos dias 25 e 26 de fevereiro (pós-Carnaval)

Ao todo, cerca de 520 blocos deverão desfilar neste ano na capital, de pequenos a megablocos, que estarão espalhados por todas as regiões, mas com maior concentração no centro e na zona oeste da cidade.

De acordo com a administração municipal, Copom (Central de Operações da Polícia Militar) e Cetel (Central de Telecomunicações da GCM) executarão um trabalho integrado de monitoramento.

A Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital recomendou ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), nesta terça, que ele adote medidas para evitar a prática de atos irregulares durante Carnaval.

A recomendação diz que município tem o dever de exercitar poder de polícia para afastar transtornos e riscos à população, inclusive com relação a eventual uso irregular de áreas públicas.

O Ministério Público disse em nota ter sido procurado moradores da região de Pinheiros, na zona oeste, informando que um bloco com público estimado entre 20 mil e 40 mil pessoas foi transferido para as proximidades de uma casa de repouso para idosos.

De acordo com a própria prefeitura, 74 blocos vão desfilar neste mês pelas ruas de Pinheiros. Entre eles estão Gambiarra e Chá da Alice, que saem neste domingo (12).

Questionada, a secretária Aline Torres disse não saber da recomendação, mas afirmou que "equilibra pires" em seu gabinete para agradar a foliões, pela importância do Carnaval para a cidade, e a quem não quer a passagem de bloco e sujeira na porta de casa.

A meta, segundo ela, é que em 40 minutos após a dispersão a rua ou avenida por onde passou o bloco esteja com trânsito liberado e limpa.

Quem for flagrado urinando em via pública será multado em R$ 668,43.

A Secretaria da Cultura disse ter montado sete bolsões em diferentes regiões para a gestão de 28 mil banheiros químicos que serão espalhados na passagem dos blocos.

"A descentralização ajuda a manter esses banheiros limpos mais rapidamente. A sujeira era uma das justificativas de quem fazia xixi na rua", disse Torres.

A gestão municipal conseguiu patrocínio de R$ 25,6 milhões para organizar os desfiles na rua. A empresa que venceu a licitação, do ramo de cervejarias, poderá divulgar até dez marcas nos locais por onde os foliões irão passar. Cerca de 15 mil vendedores ambulantes foram cadastrados pela patrocinadora.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.