Antes da pandemia de Covid-19, o paulistano Luiz Altino Ferreira Silva Corrêa realizou o sonho de conhecer Paula Fernandes. Foi ao show acompanhado pela administradora de empresas Daniela Corrêa, 49, uma das filhas, entrou no camarim, ganhou um beijo da cantora e tirou fotos.
A música, não especialmente a sertaneja, e a poesia ajudaram a dar um tom à sua vida. Vez ou outra escrevia poesias e tocava violino. Aprendeu com o pai, o professor de música Herculano da Silva Corrêa Júnior —mestre na arte do violino, violão, banjo e da flauta, lia partituras como ninguém e compunha canções e marchinhas.
Para a jornalista e escritora Paula Corrêa, 44, "Parabéns a Você" a remete não só a aniversários, mas principalmente à lembrança de seu pai, Luiz Altino, quando a ensinou tocá-la no violino.
A história de amor com Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, é outro fato marcante na vida de Luiz e de sua família. Não se sabe se ele nasceu lá, mas é certo que morou desde criança e estudou. Foi aluno da Escola Estadual Godofredo Furtado. Herculano, seu pai, tocava os instrumentos musicais pelo bairro enquanto vendia mel.
A vida profissional de Luiz iniciou aos 12 anos, como atendente numa farmácia. O então jovem deu seguimento aos estudos. Fez administração em uma instituição em Santo André, no ABC, e dedicou-se ao aprendizado do inglês em casa, sozinho. O domínio da língua tornou-se necessário quando entrou para a indústria farmacêutica, onde atuou com exportação e importação até ser demitido.
Luiz tinha depressão, que piorou quando foi desligado do trabalho. Foram 25 anos atrás de médicos e tratamentos psiquiátricos. Nos últimos anos, recuperou-se.
Torcedor do São Paulo, gostava de futebol. Tinha o hábito de levar a filha, Paula, ao estádio sempre que possível.
Bom de memória, gravava principalmente nomes e locais na cidade.
Era tímido, agradável e bonito. Os olhos verdes sempre arrebataram corações. Com a mulher, Edileuza Olympia Semeraro Corrêa, foi assim. Os dois se casaram em janeiro de 1971, na igreja do Calvário. Mesmo após a morte de Edileuza, em 2007, manteve no dedo a aliança que simbolizava o amor e a união do casal.
"Ele ensinava a generosidade sendo generoso. Ensinava dando exemplos, mas sem perder a sua essência. Meu pai foi um homem delicado e respeitador. Silencioso, mas extremamente preocupado com o outro. Foi pai e companheiro dos filhos", diz Paula.
Luiz morreu dia 13 de janeiro, aos 80 anos, após um infarto. Deixou os filhos Daniela, Maurício e Paula, os netos Sofia e Pedro, a afilhada Milena, a nora Flávia, além de sobrinhos e cunhados.
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