Um aluno da UnB (Universidade de Brasília) foi preso nesta quarta-feira (12) ao ser identificado pela Polícia Civil como autor de mensagens de ameaças feitas dentro do campus da instituição.
As mensagens foram encontradas na terça-feira (11) em um dos banheiros da FAC (Faculdade de Comunicação) e em uma parada de ônibus no Instituto Central de Ciências Norte. A reitoria disse que imagens de câmeras de segurança foram usadas para ajudar na identificação.
O autor das ameaças é um estudante da Faculdade de Comunicação. Um dos textos dizia "Dia 12. Masacre [sic] na FAC". O recado também continha um desenho de uma suástica, símbolo do nazismo.
A Folha procurou a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para mais detalhes mas não obteve retorno até o momento.
De acordo com a Unb, o estudante vai responder um processo disciplinar interno. A administração avalia suspendê-lo de maneira preliminar enquanto o caso é apurado.
A universidade disse também que vai investigar se houve participação de outras pessoas. As aulas desta quarta foram mantidas e transcorreram normalmente no período matutino.
"Um esquema de segurança reforçado foi estabelecido", diz nota da UnB.
No início do mês, um homem entrou em uma escola particular em Blumenau (SC) e matou quatro crianças. O caso ocorreu nove dias após o ataque à escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, quando um aluno de 13 anos matou uma professora a facadas e feriu outras cinco pessoas, entre elas três docentes.
Supostas ameaças de ataques têm alterado a rotina de escolas pelo país. Apesar de a maioria das mensagens ser falsa, pais, alunos e professores relatam medo; especialistas orientam denunciar casos para autoridades.
A PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, por exemplo, teve alto número de alunos que faltaram às aulas nesta quarta-feira em razão de boatos nas redes sociais que afirmavam que o local seria alvo de ataques criminosos.
O ministro da Educação, Camilo Santana, disse nesta quarta-feira que os ataques recentes em escolas são reflexos do estímulo ao ódio, violência e armamento presentes na sociedade. Ele defendeu discutir quais medidas podem ser tomadas, mas se colocou contrário à ideia de colocar policiais armados nas escolas.
O que fazer em caso de ameaça de ataque a escolas
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Especialistas afirmam que ameaças não devem ser ignoradas. Por isso, é importante que os pais e escolas procurem a Polícia Civil e canais criados pelo Ministério da Justiça para denunciar qualquer tipo de ameaça
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Não compartilhe mensagens, vídeos, fotos ou áudios com as ameaças
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As autoridades precisam ser notificadas sobre qualquer tipo de ameaça, pois quem as produz ou compartilha também pode responder criminalmente
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Pais, alunos e escolas devem manter diálogo estreito sobre alertas, receios e medidas adotadas. A transparência das ações é importante para aumentar a sensação de segurança
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Fique atento e informe ao colégio qualquer mudança no comportamento dos alunos
Como denunciar
- Como parte da Operação Escola Segura, o Ministério da Justiça lançou um canal no site para que sejam denunciados sites, blogs e publicações nas redes sociais. O site para denúncia é o www.mj.gov.br/escolasegura
- Em São Paulo, no caso de ameaça, é possível ligar para o 181, canal da polícia que permite que qualquer pessoa forneça à polícia informações sobre delitos e formas de violência, com garantia de anonimato
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