Dono de postos de gasolina suspeito de lavar milhões para a milícia é preso no Rio

Investigação pediu o bloqueio de R$ 93 milhões; defesa não se manifestou

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Rio de Janeiro

A Polícia Civil prendeu no Rio de Janeiro, nesta quinta (1º), um suspeito de lavar dinheiro para a milícia através da emissão de notas fiscais falsas em seus empreendimentos.

Cléber Oliveira da Silva, o Clebinho, possui postos de combustíveis e de conveniência nos estados do Rio e de Minas Gerais. Segundo a investigação, ele usaria a chamada mescla de capital: emitir notas falsas como se fossem rendimentos de seus estabelecimentos para tornar lícito o dinheiro obtido das extorsões da milícia.

Um advogado compareceu à Cidade da Polícia, para onde ele foi levado, mas não quis falar com a imprensa.

Um policial, de costas, está de frente para uma piscina. Ao fundo, casa vermelha, ampla, com três andares
Casa em Búzios, Região dos Lagos, foi alvo de busca e apreensão dos agentes que apuram lavagem de dinheiro para milícia - Reprodução

Silva foi preso em casa, em um condomínio na zona oeste do Rio. No total, a polícia solicitou o bloqueio de R$ 93 milhões de sua conta bancária.

A polícia apreendeu cerca de R$ 300 mil em dinheiro; 15 carros; e sequestrou oito imóveis. Foram encontradas armas, como duas pistolas e uma espingarda, além de joias e munições. Oito embarcações também foram apreendidas, entre elas uma lancha avaliada em R$ 3 milhões.

Além de Silva, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão. Entre os locais estão imóveis do suspeito, como um sítio em Mangaratiba, na Costa Verde, uma casa em Búzios, na região dos Lagos, e uma cobertura na zona oeste do Rio.

Segundo a polícia, nove policiais militares também tiveram suas casas revistadas, e um foi preso pelo porte ilegal de arma de fogo. Um mototaxista, que estaria avisando milicianos da movimentação da polícia, também foi detido. Seus nomes não foram divulgados.

Os policiais são suspeitos de realizar depósitos de valores nas contas de postos de gasolina.

As investigações tiveram início a partir do encaminhamento de dados de inteligência financeira que mostraram movimentações financeiras atípicas envolvendo os investigados, tendo sido detectada entrada de recursos em espécie depositados em contas de suas empresas, de forma fracionada.

A polícia suspeita de que as quantias sejam provenientes da milícia coordenada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que promoveria a lavagem dos recursos oriundos de extorsões e comércios ilegais.

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