Descrição de chapéu Obituário Arislei Teles (1975 - 2023)

Mortes: Vendedor de motos, usava o carisma para fazer negócios e atrair amigos

Arislei Teles ainda morou em Tocantins e Goias antes de voltar à terra natal, no interior de SP, para fazer a vida

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São Paulo

O jeitão falador e carismático de criança e a paixão por motocicletas desde a juventude foram as ferramentas ideais para Arislei Teles convencer quem entrava na loja de motos onde trabalhava para fechar negócio com ele —e, dizem os amigos, ele era bom nisso.

Com 14 ou 15 anos, Teles já pilotava motocicleta pelas ruas de Jundiaí (a 58 km de São Paulo). E ainda muito jovem foi trabalhar com o irmão, Arister, em uma casa de câmbio montada pelo pai. De uma vez, aperfeiçoava uma de suas paixões e aprendia a ser bom negociante.

Homem de óculos com uma camisa preta de costas para um carro
Arislei Teles (1975 - 2023) - Arquivo pessoal

Antes dos 25 anos, ele perdeu pai e mãe, que morreram com a diferença de seis meses um do outro.

O pai, Paulo, morreu de infarto fulminante, assim como havia acontecido com Silvino, o avô.

Se não conseguiu realizar o sonho de cursar odontologia, Teles foi um aventureiro. Com o irmão caçula, Gleberson, se mudou para Gurupi, no Tocantins, onde a irmã mais velha, Laslei, mora até hoje.

No estado da região Norte do Brasil ele se casou pela primeira vez —o relacionamento durou cerca de um ano e meio.

Já separado, durante um Carnaval em Gurupi, conheceu uma moça de Goiânia e foi para a capital de Goiás com a nova companheira. Na mala, levou uma carta escrita pela irmã mais velha, com quem havia morado desde a separação.

"Ele chamava de 'carta-bomba'. Escrevi sobre limites e direções, que ele seguiu com muito sucesso", afirma Laslei. "Ele dizia que a carta o transformou em um homem."

Em Goiânia, colocou as habilidades de bom negociante em prática e se tornou um reconhecido vendedor de imóveis.

A experiência pelas andanças pelo país fez de Teles um cozinheiro de mão cheia. Segundo a família, para ele era fácil transformar arroz com feijão em um banquete.

"Sempre teve muitos amigos, era uma pessoa leve de se conviver", diz a irmã.

Praia e cerveja estavam entre suas principais paixões —adorava pisar na areia e comer peixe na Bahia.

Mas a saudade das origens começava a ficar cada vez mais forte. Teles voltou para Jundiaí e começou a trabalhar na concessionária de motos, onde subiu de posto usando as próprias redes sociais para propor novos negócios.

Durante uma madrugada dessas, levantou da cama por causa da dor de garganta que o havia incomodado o dia todo. Logo caiu, assim como havia acontecido com o pai e o avô.

Arislei Teles morreu no último dia 26 de maio, aos 48 anos, de infarto. Deixa os irmãos Laslei, Arister e Gleberson, além uma legião de motociclistas que pilotam modelos vendidos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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