Ex-bombeiro é preso pela PF em operação que investiga morte de Marielle Franco

Maxwell Simões Corrêa cumpria pena em regime aberto sob suspeita de envolvimento com o crime

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Rio de Janeiro e Brasília

O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa foi preso, nesta segunda-feira (24), em uma nova operação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro que investiga a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão na capital fluminense e na região metropolitana.

Conhecido como Suel, o ex-bombeiro já havia sido preso sob suspeita de envolvimento no crime e de obstrução das investigações. Ele cumpria a pena em regime aberto. Procurada, a defesa de Maxwell informou que só se posicionará sobre o caso após ler todos os autos do processo.

Marielle Franco - @marielle_franco no Instagram

Marielle e Anderson foram assassinados a tiros no dia 14 de março de 2018. Eles voltavam de um evento na Lapa, e o carro onde estavam foi alvejado enquanto passavam pelo Estácio, também na região central do Rio. Um ano após a morte, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos. O primeiro é acusado de ter sido o autor dos disparos, e o segundo, de ter dirigido o carro usado no crime.

Maxwell, por sua vez, era suspeito de ter emprestado o carro utilizado para guardar o arsenal de Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse, posteriormente, descartado em alto mar.

Agora, de acordo com Dino, a investigação apontou que Maxwell participou de campanas durante o planejamento para a morte da vereadora: "O senhor Maxwell compareceu nas investigações, na preparação, inclusive na ocorrência de campana, de vigilância de acompanhamento da rotina da vereadora Marielle, e posteriormente no acobertamento dos autores do crime".

A primeira prisão do ex-bombeiro foi em junho de 2020. Recentemente, em março deste ano, o Tribunal de Justiça do Rio aumentou a pena de Maxwell pela condenação por obstrução das investigações sobre o assassinato. A sentença aumentou de quatro para seis anos e nove meses, que ele cumpria em regime aberto.

Maxwell foi preso em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio.

Além do ex-bombeiro, a Polícia Federal também intimou outras seis pessoas para prestarem depoimento na sede da corporação, no centro da cidade. Entre eles está Denis Lessa, irmão de Ronnie. Quatro não compareceram à PF.

Além de Denis, prestaram depoimento nesta segunda-feira Edilson Barbosa dos Santos, suspeito de ter desaparecido com o carro usado no crime, e a mulher de Maxwell, cuja identidade não foi revelada pela Polícia Federal.

Suspeito fez delação

A operação desta segunda-feira foi baseada na delação de Élcio de Queiroz, conforme afirmou o ministro da Justiça, Flávio Dino, em entrevista coletiva nesta segunda-feira. Segundo ele, as investigações chegaram a provas que tornaram incontestável a participação do ex-PM na morte de Marielle. E Élcio fez a delação premiada.

"A novidade é que as provas colhidas e reanalisadas pela Polícia Federal confirmaram de modo inequívoco a participação de Élcio e Ronnie. Isso conduziu à delação do Élcio", disse Dino, que continuou: "Ao fazer a delação, ele confessa a própria participação, aponta a participação do Ronnie e acrescenta a participação decisiva do Maxwell. Alvos da busca de hoje estão relacionados à delação do Élcio".

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