Preso suspeito de estuprar e matar a ex-enteada de 15 anos no interior de SP

Trabalhador rural não apresentou advogado, mas, segundo a polícia, confessou o crime e apresentou duas versões

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São José do Rio Preto (SP)

O trabalhador rural Adriano José da Silva, 36, foi preso na sexta-feira (4) após confessar o assassinado da ex-enteada Ana Cristina da Silva, 15, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Ele é acusado de feminicídio e ocultação de cadáver.

O suspeito passou por audiência de custódia no final de semana e teve a prisão temporária mantida. Segundo a Polícia Civil, ele ainda não apresentou advogado.

A prisão de Adriano aconteceu em Olímpia (SP) quando ele supostamente tentava fugir de moto do estado de São Paulo em direção a Alagoas.

Ana Cristina da Silva, 15, estuprada e morta em São José do Rio Preto, interior de São Paulo - Arquivo pessoal

Segundo a polícia, após ser preso, ele confessou o crime e levou os investigadores até onde o corpo da adolescente estava enterrado, em um canavial às margens da rodovia Feliciano Salles Cunha, entre Mirassol (SP) e Neves Paulista (SP), cidades vizinhas de onde ela morava com a mãe e o irmão.

Como motivação do crime, o suspeito deu duas versões, ainda de acordo com os policiais. Na primeira, o homem disse que havia consumido bebida alcoólica e entorpecente e que estava fora de si no momento do crime. Na segunda, afirmou que matou a adolescente para se vingar da mãe dela, de quem estava separado havia três meses, por desconfiava de que ela estava saindo com outra pessoa.

"A versão dele ainda está um pouco desconexa com os fatos em si. Ele disse que vinha conversando com a mãe da adolescente na tentativa de reatar o casamento e naquela noite, como ela demorou a retornar do trabalho, ele teria se irritado e convencido a adolescente a sair de casa para dar um susto na mãe", diz a delegada Dálice Ceron, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).

No entanto, a delegada afirma acreditar que o crime foi premeditado. Segundo a apuração, o suspeito teria invadido a casa onde Ana Cristina morava durante a noite do dia 26, aproveitando que ela estava sozinha, e se escondeu embaixo da cama da jovem. A mãe da adolescente trabalha em um restaurante durante a noite.

Na madrugada, após a mãe da garota chegar e enquanto todos dormiam, ele teria rendido a adolescente e a obrigado a sair do imóvel. Eles entraram em um veículo alugado por ele horas antes.

O suspeito então teria levado a adolescente até a chácara onde morava e a estuprado antes de matá-la por asfixia.

No dia seguinte, o homem ainda teria acompanhado a mãe de Ana Cristina até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência do desaparecimento da garota.

"Com a notícia do desaparecimento da Ana Cristina circulando nas redes sociais, um amigo da menina contou para a mãe que a adolescente havia relatado ter sofrido abusos sexuais por parte do padrasto dos 8 aos 9 anos. Essa informação foi levada até a mãe da jovem, e ela procurou a DDM para relatar o caso", acrescenta a delegada.

O suspeito desapareceu no dia seguinte ao registro, após ser confrontado pela mãe da adolescente por telefone sobre o suposto abuso sexual. Adriano foi casado com a mãe da adolescente por 13 anos e ajudou na criação da garota. Ela o chamava de pai.

"Como ele fugiu, começamos a suspeitar de que ele tinha envolvimento no desaparecimento da menina", explicou a delegada.

A mãe da adolescente relatou à polícia que não sabia sobre os supostos abusos. O suspeito se manteve calado ao ser questionado sobre o fato.

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