'Se não tivéssemos sido rápidos, ele teria morrido', diz mãe de menino ferido por linha chilena no Rio

Garoto de 9 anos quase perdeu a perna após se enroscar em objeto cortante ao tentar pegar pipa

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Rio de Janeiro

Um menino de nove anos sofreu um corte profundo na perna após ficar enroscado numa linha chilena enquanto soltava pipa na Taquara, zona oeste do Rio de Janeiro. O acidente aconteceu na tarde de sábado (19). Lucas Camaz foi socorrido pela família e está internado no CTI do Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul da cidade.

O garoto estava soltando pipa com o padrinho e amigos na praça Waldir Vieira quando houve o ocorrido. Segundo testemunhas, um dos brinquedos se soltou e voou para a rua. Lucas tentou pegar a pipa, mas ela foi levada por um carro. A linha do objeto tinha se enrolado na perna do menino e, ao ser puxada pelo veículo, acabou o ferindo.

"Era uma pipa voada, alguém a cortou no ar e Lucas foi tentar buscá-la. Quando se cortou, ele foi pulando num pé só até o padrinho, para que fosse socorrido. Se não tivéssemos sido rápidos, ele teria morrido", diz a mãe do menino, Thayná Camaz.

Na imagem, Lucas aparece comemorando seu aniversário em uma casa de festa infantil. Ele sorri para a câmera e posa entre brinquedos de pelúcia do desenho Sonic
Lucas Camaz, 9, sofreu um corte profundo na perna após ficar enrolado em linha chilena enquanto soltava pipa na Taquara, zona oeste do Rio - Carolainy Camaz no Facebook

Lucas foi socorrido pelo padrinho e pelos pais, que também estavam na praça. O menino foi levado para o Hospital das Clínicas de Jacarepaguá, onde passou por uma cirurgia de emergência. Em seguida, foi transferido à unidade de saúde municipal. De acordo com a Secretaria de Saúde, o estado dele é estável.

A comercialização da linha chilena é proibida no Rio, embora seja bastante utilizada por quem solta pipa. Feita de algodão com uma mistura de óxido de alumínio e pó de quartzo, ela tem um potencial cortante muito maior do que o cerol, de cola e vidro moído, também vetado no estado.

De acordo com Thayná, o filho quase perdeu a vida devido ao ferimento causado pela linha cortante.

"Quando eu o vi, a perna dele estava pendurada e sangrava muito. O corte foi horrível", conta a mãe, que afirma que o atendimento rápido foi vital para seu filho. "O médico disse que o Lucas é um milagre. Ele renasceu, é um menino muito forte por ter aguentado tudo."

Lucas teve a perna suturada pelos médicos. Ele, no entanto, ainda precisa se fortalecer um pouco mais antes de deixar a CTI, conforme conta a mãe.

Apesar do acidente, o menino continua apaixonado por pipas e, segundo o pai, pediu para ver vídeos do esporte após a cirurgia. "Já falei com ele que não sou contra soltar pipa, sou contra é usar linha chilena", diz Gerson Alves.

A família disse não saber de quem era a pipa que Lucas tentou pegar. A praça em que aconteceu o acidente é um lugar onde a prática ocorre com frequência e, segundo os pais do garoto, muitas pessoas soltavam pipa na hora do ocorrido.

Assim como cerol, a linha chilena é usada em batalhas aéreas entre pipas. Desde 2019, porém, uma lei estadual proíbe a compra, uso, porte e posse dessas linhas cortantes, sob risco de pagamento de multa.

Segundo dados do Disque Denúncia, já foram registradas 381 denúncias de linhas chilenas só este ano em todo o estado do Rio. Em apenas oito meses, o número é maior do que a soma de 2022 inteiro, que registrou 347 denúncias.

No início do mês, um mototaxista morreu após ser atingido por uma linha chilena enquanto passava pela Linha Amarela, em Água Santa, zona norte do Rio. Fabrício Barros estava com uma passageira no momento em que foi ferido. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 1º de agosto.

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