Descrição de chapéu Obituário Moacir de Paula (1938 - 2023)

Mortes: Com pouca escolaridade, foi responsável pelos estudos da mulher e dos filhos

Corintiano e fã de Rod Stewart, Moacir de Paula fez a vida como mecânico no interior de São Paulo

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São Paulo

Quando criança no interior de São Paulo, Moacir de Paula deixou a escola no terceiro ano do antigo primário, por não ter boas roupas para ir ao colégio e porque apanhou com uma régua da professora.

Décadas depois, foi um dos responsáveis pela formação da mulher, Olinda, em pedagogia —aos 72 anos e aposentada, ela leciona no ensino público até hoje.

Nascido em Olímpia, logo se mudou com a família para a vizinha Barretos, onde viveu com os pais, Maria Antônia e Alfredo, e oito irmãos.

Ainda na infância e na adolescência, auxiliou o pai e o tio Milton em uma oficina. Começava a ser forjado um mecânico dos bons.

Olinda abraça o marido Moacir de Paula; os dois estão de vermelho e ele usa chapéu
Moacir de Paula (1938 - 2023) ao lado da mulher, Olinda - Arquivo pessoal

Em busca de novas oportunidades, foi morar com uma tia em São Paulo —pagava a hospedagem com ajuda nos afazeres domésticos e dormia no sofá. Na capital, trabalhou como ajudante de mecânico de automóveis.

Religioso, de volta a Olímpia, conheceu a futura esposa em uma reunião da mocidade da Congregação Cristã no Brasil. Dois anos depois, casaram-se e tiveram seis filhos.

Durante muito tempo, a família morou próximo da igreja, da qual Moacir era zelador, responsável pela organização e pela limpeza.

A pouca escolaridade não significou falta de estudos. O mecânico fez vários cursos técnicos —ele teve diversos empregos na sua área. Foi juiz classista, quando aposentado, por sua atuação sindical.

Também nunca faltaram livros, enciclopédias e gibis na casa da família, e todos os filhos se formaram na faculdade.

Corintiano apaixonado, não desgrudava da TV nos jogos do Timão, conta o filho Marcelo Augusto de Paula, 38.

Na terra do peão de boiadeiro, onde cantores sertanejos se revezam no palco na enorme festa da cidade, o mecânico gostava mesmo era de ouvir Rod Stewart —"I Don't Want to Talk About It" foi uma de suas músicas preferidas.

Só não falava muito da infância, nem era bom na cozinha. Mas apreciava ver a casa cheia aos fins de semana, de um bom churrasco e de uma cervejinha.

"Sempre foi um grande amigo e paizão, inclusive, dos genros e noras", afirma Marcelo, que ajudou a realizar um dos sonhos do pai, já idoso: o levou, aos 79 anos de idade, para passear de avião pela primeira vez.

Na viagem, conheceu o Caribe, em roteiro a Punta Cana, na República Dominicana, para onde planejava um dia voltar e se hospedar no mesmo hotel que o deixou encantado.

Em terra firme, Moacir pedalava pelas ruas de Barretos. À tarde, era assim que ia à mercearia do genro Osvaldo. Até que uma artrose e três cirurgias para implantação de próteses o fizeram encostar a bicicleta.

Neste ano, teve complicações na saúde após uma sequência de AVCs e precisou de internação.

Moacir de Paula morreu no dia 19 de agosto, aos 85 anos. Deixou a mulher Olinda, os filhos Maísa, Mara, Mércia, Moacir Filho, Marcelo e Mateus, e os netos Daniel, Felipe, Samuel, Gabriel, Rebeca e Luís Augusto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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