Descrição de chapéu Rio de Janeiro violência

É uma verdadeira máfia, diz Castro sobre crime organizado no RJ

Governador afirma que motivação política para assassinato de três médicos está descartada e promete punição a quem matou suspeitos

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Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), confirmou que a Polícia Civil considera que os três médicos mortos na Barra da Tijuca foram assassinados por engano. Ele declarou que a polícia vai manter as investigações do caso e punir os responsáveis pelo homicídio dos quatro suspeitos pelo crime.

"Garanto que as investigações continuam. Não vai parar por aqui. [...] Se eles acharam que iam punir os próprios e ia acabar, isso não vai acontecer. Inclusive para que cheguem nessa guerra de tráfico com milícia. Se a motivação foi essa, mais ainda temos que investigar e combater", disse ele.

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e o secretário -executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, concedem entrevista coletiva após reunião sobre a Operação Maré, no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense - Rafael Campos - 29.set.2023 / Governo RJ

A suspeita é que o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, 33, tenha sido identificado pelos assassinos como sendo Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, 26, acusado pelo Ministério Público de integrar a milícia de Rio das Pedras.

Também foram assassinados os ortopedistas Marcos de Andrade Corsato, 62, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35. Daniel Sonnewend Proença está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, para onde foi levado após ser baleado.

Quatro corpos que seriam dos suspeitos do crime foram encontrados na madruga desta sexta-feira na zona oeste da capital. Eles teriam sido mortos por um "tribunal do tráfico" em razão do engano.

Castro parabenizou a Polícia Civil pelo que considerou um "trabalho de excelência" no esclarecimento do crime.

"Foi um assassinato brutal. Queria reconhecer o trabalho da Polícia Civil e todos aqueles que abriram possibilidade de colaboração. Mas é muito importante ressaltar que em menos de 12 horas a Polícia Civil sabia a linha de investigação correta, as motivações, a facção criminosa, já tinha o roteiro do veículo e estava em processo de identificação dos criminosos", disse o governador.

Castro afirmou que a atuação do crime organizado não é "problema é somente do estado do Rio de Janeiro". É do Brasil. Precisamos parar de achar que é pontual".

"Estamos falando de uma verdadeira máfia, muito maior do que outrora foi o tráfico de drogas e de armas. Uma máfia que tem entrado nas instituições, nos poderes, no comércio, nos serviços, e inclusive no sistema financeiro nacional. Cada dia mais possui suas próprias estruturas, inclusive tribunais."

Motivação política está descartada, diz governador

O secretário de Polícia Civil, José Renato Torres, afirmou que o inquérito permanece aberto para identificar outros envolvidos no crime.

"Dos quatro cadáveres que chegaram no IML [Instituto Médico Legal], três foram plenamente identificados. Resta um. Um deles era objeto da investigação. O inquérito está aberto. Todas as provas que estão sendo juntadas levam para a primeira linha de investigação. Mas não descartamos qualquer outra, porque o inquérito só tem 48 horas", disse Torres.

"Vamos tratar com o mesmo rigor do crime do quiosque quem mandou matar esses indivíduos que eram objeto de investigação. Se houve esse pseudotribunal, pouco importa. Todos eles devem ser submetidos ao rigor da lei", disse o secretário.

O governador afirmou que a motivação política para o crime "está completamente descartada".

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, afirmou que a pasta vai ampliar o apoio de inteligência com a recriação da Missão Suporte. A força-tarefa da Polícia Federal foi adotada no início dos anos 2000, quando atuou em colaboração com agentes do estado para identificar e prender líderes de facções criminosas.

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