Descrição de chapéu transporte público Sabesp

Governo Tarcísio de Freitas diz que greve é ataque político, ilegal e injustificável

Funcionários do Metrô, CPTM e Sabesp decidiram parar nesta terça (3) em protesto contra privatizações

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São Paulo

O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez uma série de críticas à greve convocada para esta terça-feira (3) por sindicatos de trabalhadores do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp.

Em nota divulgada no fim da tarde desta segunda (2) pela Secretaria de Comunicação, o governo classificou a paralisação como "ilegal e abusiva" e que "torna refém a população que precisa do transporte público". Em outro trecho, afirma que é "absolutamente injustificável" que o direito constitucional de greve "seja sequestrado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à atual gestão".

A greve nas três companhias estaduais foi confirmada em assembleia na noite desta segunda (2), ocorre em protesto contra os planos de privatização do governador de São Paulo.

Movimentação na estação da Sé, plataforma da Linha Azul do Metrô, no sentido Jabaquara
Movimentação na estação da Sé, plataforma da Linha Azul do Metrô, no sentido Jabaquara - Rubens Cavallari - 24.mar.2023/Folhapress

Ainda no comunicado, a gestão Tarcísio afirma que sindicatos atuam "de forma totalmente irresponsável e antidemocrática, para se opor a uma pauta de governo que foi defendida e legitimamente respaldada nas urnas", diz.

Procurados pela Folha, sindicatos que organizam as paralisações defenderam que trabalhadores do transporte e da água protestam para que os serviços permaneçam sendo públicos e de qualidade.

No caso específico dos metroviários, o sindicato da categoria afirma que ter apresentado recurso judicial para que sejam liberadas as catracas nesta terça. "Se houver liberação das catracas, abrimos mão da greve", informou, em nota.

Já o Sintaema, que representa os funcionários da Sabesp, diz que a greve desta terça ainda não foi julgada e, portanto, não pode ser considerada abusiva nem ilegal, por se tratar de um direito constitucional.

"A greve se volta para a defesa do direito à água, ao transporte e ao saneamento públicos com prestação de serviços de qualidade e tarifas justas", diz o sindicato.

A Justiça proibiu a liberação das catracas. O governo estadual afirma que a liberação resultaria em alto risco de tumultos e acidentes nas estações.

Leia abaixo o comunicado do Governo de São Paulo sobre a greve:

Sobre a greve anunciada para esta terça-feira, 3 de outubro, pelos sindicatos dos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp, o Governo de São Paulo reforça que esta é uma greve ilegal e abusiva, a qual torna refém a população que precisa do transporte público. É absolutamente injustificável que um instrumento constitucional de defesa dos trabalhadores seja sequestrado por sindicatos para ataques políticos e ideológicos à atual gestão.

É importante esclarecer à população que a greve não foi convocada para reivindicar questões salariais ou trabalhistas, mas sim para que os sindicatos atuem, de forma totalmente irresponsável e antidemocrática, para se opor a uma pauta de governo que foi defendida e legitimamente respaldada nas urnas.

O programa estadual de parcerias, concessões e desestatizações visa a melhoria na prestação dos serviços públicos aos cidadãos e está totalmente amparado pelas leis brasileiras. Assim, ao chantagear a população com greves ilegais, os sindicatos atentam não só contra a legislação vigente, mas também à ordem pública e ao aprimoramento das políticas públicas.

O Governo de São Paulo está agindo com total transparência e respeito à legalidade na condução das propostas de parceria, concessão e desestatização. Contratou estudos de viabilidade técnico-financeira de órgãos de excelência internacional e deu publicidade a todas as etapas cumpridas até o momento, tanto nos canais oficiais do Estado como pela imprensa.

A esfera de debate para privatização são as audiências públicas e não por meio da ameaça ao impedimento do direito de ir e vir do cidadão. É por meio do processo de escuta de diálogo das desestatizações que os sindicatos contrários devem se manifestar, de forma democrática, convencendo atores políticos e a própria sociedade de que a proposta do Governo de São Paulo não é a ideal. Infelizmente, aqueles que deveriam representar os trabalhadores preferem agir de forma truculenta, promover o caos e prejudicar toda a população.

O Estado vem atuando tempestivamente nas esferas administrativa e judicial para que a população não seja prejudicada. O Tribunal Regional do Trabalho já decidiu contrariamente à greve das três categorias e determinou a manutenção dos serviços de transporte em 100% nos horários de pico e 80% nos demais períodos, além de 85% do contingente da Sabesp. A Justiça também proibiu a liberação das catracas, proposta de forma irresponsável pelos grevistas, sem levar em conta os altos riscos de tumultos e acidentes nas estações.

O Governo de São Paulo continuará trabalhando para preservar a ordem pública e garantir os direitos dos cidadãos que tanto precisam dos serviços públicos. Os servidores da Sabesp, do Metrô e da CPTM merecem líderes sindicais que priorizem o respeito à legalidade e o atendimento à população.

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