Descrição de chapéu Rio de Janeiro forças armadas

Relembre o histórico das ações estaduais e federais no combate ao crime no Rio

Desde o início dos anos 1990, estado contou com apoio das forças federais para conter crime organizado; veja linha do tempo

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Rio de Janeiro

O trem e os 35 ônibus queimados e o caos instalado na zona oeste do Rio de Janeiro após a morte de um miliciano da região adicionaram mais um capítulo às sucessivas crises na segurança pública do estado.

Especialistas apontam que, ao longo dos últimos 30 anos, o estado variou diferentes políticas de combate ao crime de forma ineficaz, num movimento pendular do policiamento comunitário sem estrutura às operações letais com graves efeitos colaterais.

Carcaça de ônibus queimado. À frente, policiais militares e uma viatura
Carcaça de ônibus queimado próximo à estação Notre Dame, na zona oeste do Rio de Janeiro. Cerca de 35 ônibus foram incendiados na zona oeste do Rio por conta da morte de um dos líderes da milícia que atua na cidade - Eduardo Anizelli/Folhapress

Ao longo das sucessivas crises, o governo federal ofereceu reforço com as Forças Armadas e a Força Nacional de Segurança sem atacar as raízes que levam o Rio de Janeiro à constante iminência de crise. O governo Lula inicia nesta semana mais uma tentativa de apoio ao governo local, com agentes da Força Nacional e da Polícia Federal.

Relembre ações marcantes contra a violência no Rio

Junho de 1992 — Forças Armadas reforçam segurança para a Eco-92

Julho de 1993 — Oito jovens são mortos por policiais militares de folga no centro do Rio. Caso ficou conhecido como Chacina da Candelária

Agosto de 1993 — Em Vigário Geral, na zona norte do Rio, 21 pessoas são mortas em uma chacina feita por grupo de extermínio, formado em sua maioria por policiais militares

Outubro de 1994 — Em uma nova chacina, ação das polícias Militar e Civil deixa 13 mortos em comunidade do Complexo do Alemão, na zona norte. Episódio ficou marcado como Chacina de Nova Brasília 1

Outubro de 1994 — Início da Operação Rio, pelas Forças Armadas. Então governador do estado, Nilo Batista, passa responsabilidade do combate ao crime para o governo federal e promete "faxina na polícia"

Maio de 1995 — Novamente uma ação das polícias Militar e Civil deixa 13 mortos em Nova Brasília, no Complexo do Alemão. Os dois casos são levados à Corte Interamericana de Direitos Humanos e se tornaram exemplo de letalidade policial

Novembro de 1995 — Gestão Marcello Alencar institui a "gratificação faroeste", estimulando a letalidade policial

Dezembro de 1998 — Exército apoia segurança do 15ª Reunião do Mercosul, no Rio

Junho de 1999 — Exército apoia segurança do encontro de 49 chefes de estado no Rio

Dezembro de 1999 — Governo do Rio cria o ISP (Instituto de Segurança Pública), que produz e analisa dados da violência no estado

Julho de 2000 — Gestão Anthony Garotinho institui o Gpae (Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais), com a política de policiamento comunitário

Janeiro de 2001 — Exército é mobilizado para atuar em apoio aos órgãos de segurança contra crime organizado

Fevereiro de 2003 — Marinha e Exército são mobilizados para atuar em apoio aos órgãos de segurança contra crime organizado

Dezembro de 2004 — Forças Armadas ajudam na segurança da 18ª reunião do Grupo do Rio, colegiado formado por chanceleres de países da América Latina e Caribe para debater políticas públicas para a região.

Março de 2005 — Trinta pessoas são baleadas em diversos pontos da Baixada Fluminense, na região metropolitana. Apenas uma pessoa sobreviveu. Suspeita é de que caso, conhecido como Chacina da Baixada, tenho sido uma represália de policiais a trocas de comando na corporação

Dezembro de 2006 — Facções criminosas fazem ataques com 18 mortes e 32 feridos; Palácio Guanabara e cabines da PM são atacados.

Janeiro de 2007 — Lula, no início de seu segundo mandato, envia Força Nacional para reforço na segurança após escalada de violência

Janeiro de 2007 — Exército apoia segurança do encontro da cúpula do Mercosul, no Rio

Novembro de 2008 — Início do projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Primeira base é instalada no morro Santa Marta, em Botafogo

Novembro de 2010 — Ocupação da Vila Cruzeiro e Alemão com apoio das Forças Armadas, que ficam por dois anos nas comunidades até instalação das UPPs. Militares passam a apoiar ocupações prévias às UPPs

Julho de 2011 — Forças Armadas reforçam segurança nas áreas do Jogos Mundiais Militares

Junho de 2012 — Forças Armadas reforçam segurança da Rio+20

Junho de 2013 — Forças Armadas contribuem com a segurança na Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude e visita do papa Francisco. Começam as manifestações com críticas às três instâncias de governo.

Janeiro de 2014 — Início da operação Lapa Presente, que, anos mais tarde, se torna o programa Segurança Presente. Na época, iniciativa era tocada em parceria entre governo federal, estadual e associações de comércio

Abril de 2014 — Ocupação do Complexo da Maré pelo Exército. Forças Armadas ficam na região por um ano.

Julho de 2016 — Forças Armadas reforçam segurança durante a Olimpíada de 2016.

Julho de 2017 — Michel Temer, como presidente, autoriza uso das Forças Armadas e Força Nacional na segurança pública do Rio de Janeiro

Fevereiro de 2018 — Início da Intervenção federal no Rio de Janeiro, que dura um ano.

Janeiro de 2019 — Wilson Witzel toma posse como governador e extingue a Secretaria de Segurança. Junto com a pasta, também é extinta a Corregedoria-Geral Unificada das Polícias.

Junho de 2020 — O ministro do STF Edson Fachin restringe operações policiais durante pandemia para diminuir letalidade policial (ADPF das Favelas)

Maio de 2021 — Operação mais letal da história do RJ na favela do Jacarezinho termina com 28 mortos, entre eles um policial

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