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Mais de 100 árvores caem em SP, que volta a ter chuva neste domingo

No restante do estado, também houve estragos em razão da forte chuva e rajadas de vento; Congonhas chegou a fechar

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São Paulo

As chuvas derrubaram as temperaturas e ao menos cem árvores na cidade de São Paulo no fim de semana, com registro de duas pessoas feridas levemente, segundo informações do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tanto a capital como outras cidades do estado voltaram a registrar chuva no domingo (19), embora a força da água tenha ficado aquém do previsto.

No começo da tarde de domingo, segundo a Defesa Civil, já chovia nas regiões de São Bernardo do Campo, São Roque, Sorocaba, Avaré e Botucatu. O órgão recomendou que os moradores dessas áreas evitassem a exposição a riscos durante as tempestades.

Na capital paulista, a chuva intercalou momentos de intensidade moderada e fraca desde sábado (18), acompanhada de ventos fortes que derrubaram árvores e interromperam temporariamente a operação no aeroporto de Congonhas, na zona sul paulistana.

réplica do avião 14-bis com parte do tecido rasgada
Réplica danificada do avião 14-bis, de Alberto Santos Dumont, na praça Campo de Bagatelle, zona norte de São Paulo, em meio às chuvas - Rubens Cavallari/Folhapress

Responsável pela administração de Congonhas, a Aena negou que o terminal tenha paralisado as operações. Segundo a empresa, o aeroporto funcionou normalmente na noite de sábado, mas quatro voos foram alterados para outros aeroportos em decorrência da chuva.

De acordo com a Defesa Civil, chuva e vento foram menos intensos do que o esperado porque as instabilidades ficaram estacionadas no Vale do Ribeira e seguiram em direção ao oceano na tarde de sábado.

"Chuvas fortes predominaram em algumas regiões do estado, inclusive na região metropolitana de São Paulo, perdendo força em seguida. Os acumulados devem perdurar pela faixa leste do estado, em pontos isolados, até terça [21]", afirmou o capitão Farina, diretor de comunicação da Defesa Civil.

As rajadas de vento registradas neste domingo, ainda segundo a Defesa Civil, foram de 80 km/h em Eldorado e de 70 km/h em Jacupiranga, ambas no Vale do Ribeira. No sábado, os ventos atingiram 71,6 km/h na capital. A máxima foi registrada na cidade de Ourinhos (a 378 km da capital), com rajadas de vento de até 87,8 km/h.

Já neste domingo, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura de São Paulo colocou toda a cidade em estado de atenção para alagamentos entre as 12h42 e as 14h25.

"A propagação de uma grande área de instabilidade vinda da região de Sorocaba provoca chuvas variando de fraca a moderada intensidade sobre a Grande São Paulo", disse o órgão em um primeiro comunicado.

Segundo o CGE, essa instabilidade perdeu força na capital, que no entanto ainda registra chuvas, e começou a se concentrar do centro para o norte do estado.

Alguns acidentes foram registrados. Na avenida das Nações Unidas, uma árvore caiu sobre um carro, e duas pessoas tiveram escoriações leves. Na rua Dom Armando Lombardi, no Butantã, outra queda de árvore prejudicou o tráfego. De acordo com o governo, duas equipes da subprefeitura estariam no local para a liberação da via.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, até as 18h50 deste domingo foram registrados 55 chamados para quedas de árvores e 1 para desabamento na capital e Grande SP. Não houve vítimas.

Procurada pela Folha, a Enel não disse quantas residências ficaram sem luz após a chuva de sábado. Na noite de domingo, a concessionária respondeu apenas que havia restabelecido a energia para 98% dos clientes que tiveram o fornecimento afetado.

A Enel é responsável pelo fornecimento de energia para 8 milhões de domicílios presentes em 24 cidades de São Paulo, entre as quais a capital. No feriado do início de novembro, 2,1 milhões ficaram sem luz em decorrência das fortes chuvas e de rajadas de vento que atingiram 100 km/h.

Em algumas regiões, a luz demorou até uma semana para retomar. A concessionária foi criticada pela lentidão em restabelecer a energia e por falta de atendimento aos clientes.

Interior e litoral

Alguns estragos decorrentes da chuva e dos ventos foram vistos em Itapeva (a 290 km da capital), onde houve quedas de árvores, destelhamentos e desabamentos. Duas escolas públicas sofreram danos, e parte da estrutura de um aeroclube desabou. Segundo a Defesa Civil, 80 casas foram atingidas e quatro famílias estão desalojadas. O município vai decretar estado de emergência neste domingo.

Em Limeira (a 160 km da capital), parte do muro de um clube cedeu à pressão da água represada e caiu sobre um carro na avenida Ana Carolina de Barros Camargo.

Em Ubatuba, no litoral norte paulista, o muro de uma escola caiu, mas, segundo o governo, as aulas não serão prejudicadas.

Barretos (a 423 km da capital) contabilizou sete quedas de árvores, e Pariquera-Açu (a 214 km da capital) teve o desabamento da estrutura de um evento.

Ao todo, segundo a Defesa Civil, houve pelo menos 20 quedas de árvores no interior e no litoral.

Alívio no calor

Para a cidade de São Paulo havia previsão de tempestade a qualquer momento do dia neste domingo. Na parte da tarde, as temperaturas ficaram abaixo dos 25°C, segundo o CGE, e à noite a mínima deve ser de 19°C.

Na região litorânea, a chuva persistiu ao longo do dia, e as temperaturas ficaram mais amenas principalmente nas cidades da faixa leste paulista. Na região de Bauru, a previsão era de chuva intensa com acumulados expressivos.

Em nota, a Defesa Civil recomendou que as pessoas evitassem áreas arborizadas durante a tempestade por causa do risco de queda árvores. Caso a população identifique instabilidade de árvores próximas à sua residência, segundo o órgão, deve acionar autoridades competentes para avaliação e providências.

Durante as chuvas não é indicado que a população se aproxime de estruturas suscetíveis a danos, como postes e fiações elétricas.

A Defesa Civil ainda recomenda que cada prefeitura avalie a necessidade, de acordo com as condições climáticas locais, de suspensão ou cancelamento de atividades e eventos públicos ou privados ao ar livre.

Colaborou Lucas Lacerda

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