Descrição de chapéu Obituário Décio Nappi (1932 - 2023)

Mortes: Publicitário, era respeitado no trabalho e adorado em casa

Décio Nappi trabalhou na maior parte da vida na Alpargatas e ajudou a trazer a Nike para o Brasil

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

"Cleide, tira esse avental e vem dançar comigo", pedia Décio Nappi à amada quando chegava em casa depois de um longo dia de trabalho. Ela, normalmente, estava ouvindo Frank Sinatra enquanto preparava o jantar e ia dançar com o marido.

O casal se conheceu quando ela tinha 13 anos e ele, 18, e não se separaram mais. Juntos, tiveram três filhos, Ricardo, Deborah e Vivian Nappi. Décio trabalhava muito e se destacou na Alpargatas, empresa em que começou como auxiliar de marketing e se tornou diretor na área.

Decio Nappi, que trabalhou na maior parte da vida na Alpargatas
Décio Nappi (1932 - 2023) - Arquivo Pessoal

Definido como engraçado e acolhedor dentro de casa, ele era uma figura respeitada no trabalho. Durante a trajetória profissional, foi responsável pela comunicação das diferentes marcas da Alpargatas, como Havaianas, Conga, Bamba, US Top, Encerados Locomotiva e tantas outras. Mais tarde, assumiu a Topper e foi um dos responsáveis por trazer a Nike para o Brasil.

Quando se aposentou, já com 70 anos, foi morar na praia com a mulher. O local escolhido para os anos de descanso foi o Guarujá, no litoral paulista, onde construiu uma casa na praia de Pernambuco. Mais tarde, o casal se mudou para Santos, também na Baixada Santista. Nesse período, Décio escreveu seis romances, entre os quais "Eram Quatro Irmãos", "O Sequestro de Sophia" e "Memórias de Um Repórter Investigativo", todos pela editora Viseu.

Louco por futebol, ele tinha uma mania quando reunia dezenas de amigos em casa para assistir à seleção brasileira jogar. Quando o time sofria uma falta ou um lance perigoso estava prestes a acontecer, ele anunciava uma superstição: hora de remanejar os assentos. Caso contrário, o Brasil perderia.

Diante do comando, as visitas já acostumadas se levantavam e trocavam de lugar. Quem estava no chão ia para o sofá, quem estava no encosto, para o chão. Os do sofá, para o encosto. Os da direita, para a esquerda. "Era uma farra, parecia dança de quadrilha", diz a filha Vivian.

A casa cheia de amigos reunidos era rotina, lembra Vivian, afirmando que Décio era um avô, marido e pai maravilhoso.

Lúcido, Décio dirigiu até os 91 anos e estava prestes a concluir mais um livro quando foi hospitalizado no início de novembro. Ele morreu após uma internação que durou cerca de duas semanas. Deixa a mulher, Cleide, os filhos Ricardo, Deborah e Vivian e as netas Flávia, Renata, Núbia e Manoela.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.