A chuva que atinge a cidade de São Paulo nesta quarta-feira (10) voltou a deixar a cidade em estado de atenção e causou alagamentos em diferentes áreas da cidade, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura. Por volta das 22h30, eram 19 pontos de alagamento, sendo 17 deles intransitáveis. Ao longo do dia, outros 14 locais foram afetados.
A cidade entrou em estado de atenção durante a tarde para diferentes regiões e chegou a voltar à normalidade. Mas o alerta foi renovado para toda a capital às 21h05 com novas pancadas de chuva e alagamentos na avenida São João, na marginal Tietê e na avenida do Estado, entre outras vias.
Além disso, passageiros relataram transtornos na linha 7-rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Já a circulação de trens na linha 8-diamante, operada pela ViaMobilidade, foi interrompida por alagamento na via entre 21h35 e 22h03, no trecho entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Júlio Prestes.
Segundo a Defesa Civil, houve 26 chamados para quedas de árvores na capital. O aeroporto de Congonhas chegou a ficar fechado para pousos e decolagens e quatro voos foram direcionados para aeroportos próximos
Em Perdizes, na zona oeste, uma árvore e um poste caíram na rua Cardoso de Almeida, na altura da rua Bocaina, e deixou quarteirões sem luz. Moradores também relataram ter ouvido diferentes estouros de transformadores. A rua foi interditada.
A moradora Nicole Silva, 31, estava na Consolação e quando chegou próximo da sua rua foi impedida pelos policiais de entrar devido ao risco de explosão já que os fios ainda estavam energizados e soltavam faísca.
Um caminhão do Corpo de Bombeiros aguardava a chegada da Enel para desligar a energia e assim retirar a árvore.
"Não faço a menor de como vou fazer para entrar em casa", afirmou ela que, assim como outros moradores; se refugiava da chuva em um posto de gasolina na esquina de sua casa.
Registraram alagamentos a rua Capistrano de Abreu, na Sé, na Marginal Tietê, na avenida Presidente Castelo Branco, altura da ponte das Bandeiras, e na rua Santo Amaro, na República. Na Freguesia do Ó, na zona norte, a rua Correia de Sá estava bloqueada nos dois sentidos na altura da avenida Nossa Senhora do Ó. Em Santana, o alagamento foi registrado na rua Tibaes, na altura da rua Antonio de Lustosa.
Em Itaquera, na zona leste, a avenida Jacu-Pêssego, em Itaquera, ficou alagada na altura do viaduto Antonio Sanchez de Larragoiti Junior. Já na zona sul, a avenida 23 de Maio foi alagada na altura do viaduto General Euclides de Figueiredo, na Vila Mariana.
Leitores também relataram alagamentos na região da praça Roosevelt e na ligação Leste-Oeste. Na saída do túnel da rua Amaral Gurgel, uma blitz complicava ainda mais o trânsito.
A avenida São João ficou intransitável na altura da rua Ana Cintra. Dois táxis subiram no canteiro central da avenida, onde passa uma ciclovia, para escapar do alagamento. Uma pizzaria, uma loja de móveis e outros comércios foram invadidos pela água.
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O acúmulo de água também interrompeu o fluxo de veículos debaixo do Minhocão, onde dava para ver sacos de lixo boiando.
No Campos Elíseos, as alamedas Barão de Limeira e Nothmann ficaram interditadas.
Na região do parque Ibirapuera, na zona sul, ruas alagaram e árvores caíram. Um funcionário que trabalha no Jardim Luzitânia, distrito de Moema, afirmou que a região ficou sem luz por três dias, desde segunda-feira (8), é só retornou na tarde desta quarta.
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No Morumbi, ruas próximas ao estádio do São Paulo também registraram falta de luz, entre elas a Corgie Assad Abdalla.
A administradora Alessandra Andrade Fonseca, 28, afirma que ficou sem luz desde 17h em casa. Na rua, apartamentos estavam sem luz.
Alessandra relata que tentou contato com a Enel, mas a empresa não retornou sobre o retorno. "De uns tempos para cá, temos ficado muito sem luz", diz ela que lembra que em novembro chegou a passar cinco dias no escuro.
DESCARGA ELÉTRICA AFETA CIRCULAÇÃO DE TRENS
Na linha 7-rubi da CPTM, passageiros relataram viagens suspensas entre as estações Lapa e Jaraguá, e que havia ônibus do sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) circulando para atendimento.
Segundo a companhia, os trens voltaram a circular às 19h50 por via única entre Pirituba e Perus, com maior intervalo. O motivo para a paralisação foi uma descarga elétrica que desarmou uma subestação de energia por volta das 18h40, na região entre as estações Piqueri e Pirituba.
Um trem da linha 7-rubi que circulava por ali parou e os passageiros precisaram caminhar pela via. Após a saída de todos os passageiros, a criculação foi retomada com apoio do Paese. Equipes de manutenção ainda trabalhavam nos reparos às 21h.
Durante a tarde, os alagamentos na zona norte foram registrados em trechos da avenida Antonio Munhoz Bonilha e da rua Bartholomeu do Canto, na Casa Verde, e na avenida General Edgar Faco, em Pirituba. No Centro, na rua Norma Pieruccini Giannotti, na Sé, na altura da rua Anhanguera.
Já na zona oeste, na avenida Magalhães de Castro, no Butantã, perto da ponte Engenheiro Ary Torres, e na Lapa, na rua Jeroaquara. Em Pinheiros, o alagamento foi verificado na praça Apecatu. Já na zona sul, na avenida Santo Amaro estava na altura da avenida Roque Petroni Junior.
Durante a chuva, uma queda de energia paralisou a partida entre Oeste e Palmeiras pela Copinha, em Barueri, por volta dos sete minutos do segundo tempo. O jogo foi retomado quase uma hora depois. Segundo a Enel, que também administra o fornecimento na cidade, o problema pode ter sido interno, e o fornecimento está normal.
As pancadas de chuva com intensidade de moderada a forte acontecem, segundo o CGE, por causa da combinação entre o calor e a chegada da brisa marítima à capital, o que gera potencial para rajadas de vento, descargas elétricas e alagamentos.
Na manhã desta quarta, a cidade ainda tinha ruas interditadas por árvores caídas e semáforos apagados após as fortes chuvas da terça-feira (9).
PREVISÃO DO TEMPO
A cidade de São Paulo deve sofrer com tempestades até sábado (13).
Nesta quinta (11), o sol deve aparecer pela manhã na capital, e o cenário se repete. Entre a tarde e a noite, a propagação de um cavado, área alongada de baixa pressão, gera chuva forte acompanhada de rajadas de vento e potencial para alagamentos e transbordamento. A temperatura, segundo o CGE, deve ter registros de mínima de 21°C e de máxima de 33°C.
O CGE orienta que a população evite transitar por ruas alagadas ou correntezas. Também é recomendado ficar longe da rede elétrica e de árvores e buscar abrigo em casas e prédios.
Em caso de dúvidas sobre vias bloqueadas, o órgão indica que motoristas procurem informações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) por meio do número 156 ou do site da companhia.
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