Descrição de chapéu Obituário José Rogério Robert (Rogger) (1958 - 2023)

Mortes: Espiritualista e alegre, sabia viver o 'imperdível'

Rogério Robert, o Rogger, deixa legado de amor na umbanda e compaixão

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Curitiba

A ajuda vinha sempre, fosse material ou espiritual. Aqueles que conviveram com José Rogério Robert, o Rogger, contam como seu auxílio, alegria e ações transformaram vidas.

"Ele nasceu à frente do seu tempo e viveu intensamente. Acupunturista, escritor e dirigente espiritual, trazia conceitos novos que provocavam a reflexão aos médiuns do terreiro de umbanda do qual era dirigente, a Tenda do Pai 7, em Curitiba", conta a amiga Evelise Barone, lembrando seu olhar de compaixão. "Como acupunturista, atendia muita gente de graça."

Homem em pé de camiseta
O umbandista José Rogério Robert, o Rogger, que morreu no último dia 9 de dezembro - Arquivo pessoal

Rogger foi generoso e acolhedor. Após 30 anos como analista de sistemas, e amante da medicina, estudou terapias complementares. "Com isso teve um fluxo constante de pessoas que o procuravam para lidar com todas as dores do corpo e da alma", destaca o filho, Cassiano Robert.

A luz estava em seus olhos, como observa o cunhado Paulo Eduardo Souza. "Quando nos víamos, ele estava com brilho no olhar, com algum novo projeto e muitas ideias para contar", afirma.

A esposa, Nelly Souza, exalta seu espírito alegre e corajoso, sem abatimento ou reclamação. "Era brincalhão, carinhoso, uma pessoa ímpar, muito ativo. Pai muito presente, parceiro da vida."

Minucioso, cuidadoso e extremamente curioso, quando tinha tempo livre se dedicava a restaurar joias e bijuterias, e carros antigos, relata o filho. Pela casa estavam espalhados quadros, placas, objetos com valor sentimental e outros celebrando familiares, como peças de argila, fotos e cartas carinhosas dos filhos.

Sua juventude teve MPB, violão, amigos, viagens e a praia de Itapoá (SC), com caranguejadas, churrasco e passeios longos sob o sol e a lua.

"Gostava de música ao vivo, dedicava-se aos amigos. Bom de papo. Um garoto da moda dos anos 70. Sua grande virtude era a prontidão para ajudar e o contagiante bom humor", enfatiza a prima Joacita Kopytowski.

Seu discurso maior, conta o filho, era sobre a necessidade de ser alegre. "Meu pai era daquele que parava o carro no meio de uma viagem para se enfiar no rio ou cachoeira, não importando se era inverno, só porque ‘era imperdível’".

O mesmo valia para experimentar comidas, visitar um mirante no meio do nada, andar de moto num morro perdido, se enfiar no lugar mais fundo da gruta, pegar uma conexão desnecessária só para ver o mar do avião.

"Meu pai era um moleque, um adorador da vida e da bagunça boa. De ter tradições na cozinha, juntando mil amigos para sua famosa vaca atolada e se matar de comer hambúrguer."

Foi com o coração leve e sorrindo. "Tenho certeza disso, já que, para um umbandista, morrer é só um até logo", conclui o filho. "Se quiserem honrá-lo, lembrem-se do que 'é imperdível'".

Rogger morreu em 9 de dezembro, de câncer, aos 65 anos. Deixa cinco filhos, a esposa e um legado de amor pela umbanda e alegria pela vida.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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