Polícia fecha fábrica que falsificava cervejas em SP e prende 31

Garrafas de bebida mais barata recebiam rótulos e tampinhas de marcas mais caras; 683 engradados foram apreendidos

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São Paulo

A Polícia Civil de São Paulo fechou uma fábrica clandestina que falsificava cervejas no Jardim Ângela (zona sul de SP), na noite desta quinta-feira (18). As 31 pessoas que trabalhavam no local foram presas.

Os rótulos e tampinhas de garrafas de cerveja de uma marca inferior eram trocados por outros de marcas conhecidas. Após a falsificação, os produtos eram oferecidos a comerciantes por valores menores que os praticados no mercado.

Os policiais descobriram o local da falsificação depois de serem acionados por comerciantes do Bom Retiro, na região central, que desconfiaram do caminhão que transportava as bebidas. Segundo a polícia, eles suspeitaram que a carga poderia ser roubada em razão do valor cobrado pelo produto e a maneira como ele era ofertado.

No local, era feita a troca de rótulos e tampinhas de marca inferior por outras de renome - Divulgação/Polícia Civil

"Há cerca de um mês, após denúncia de comerciantes de que caminhão de uma suposta distribuidora estaria comercializando cervejas de diversas marcas por preço extremamente abaixo do mercado, a equipe iniciou os levantamentos de inteligência, identificando o local de onde vinham as bebidas", explicou Maria Cecília Dias, delegada Titular do 2º DP (Bom Retiro).

A investigação descobriu que o galpão de onde saíam os caminhões não tinha carga roubada e sim uma linha de produção de cervejas falsificadas.

O local, segundo a Polícia Civil, funcionava 24 horas e tinha grande movimentação. No momento do flagrante, alguns homens lavavam as garrafas de cerveja e colocavam tampinhas falsificadas usando uma prensa.

Garrafas de cerveja da marca Guitt’s Pilsen tinham seus rótulos e tampas trocados por outros de marcas como Original, Brahma Chopp, Brahma Duplo, Skol e Antarctica. A polícia também encontrou milhares de rótulos e tampinhas dessas marcas prontas para uso. Foram apreendidos 683 engradados de cerveja falsificada, além de impressoras de rótulos e máquinas de colocação de tampinhas.

As 31 pessoas que trabalhavam no local ainda tentaram fugir, mas acabaram presas. De acordo com a delegada, elas manuseavam as bebidas sem condições sanitárias adequadas, o que podem causar sérios danos à saúde ao serem consumidas.

"A orientação é que a população desconfie sempre de preços muito abaixo do mercado e recuse qualquer embalagem ou garrafa que esteja danificada ou apresente qualquer sinal de modificação", completou Dias.

Milhares de tampinhas de marcas reconhecidas foram encontradas - Divulgação/Polícia Civil

Os presos vão responder por associação criminosa e falsificação de gênero alimentício.

A Ambev, dona das marcas falsificadas, foi questionada pela reportagem na manhã desta sexta, mas não enviou posicionamento até a publicação deste texto.

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