Descrição de chapéu Alalaô

Bloco Tarado Ni Você abre o sábado de Carnaval no centro de São Paulo

Deputado Guilherme Boulos (PSOL) foi recebido com gritos de "prefeito" pelos foliões

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São Paulo

O Tarado Ni Você, bloco criado em homenagem a Caetano Veloso, há dez anos, abriu este sábado (10) de Carnaval em São Paulo. O público, porém, ficou aquém dos últimos anos.

Às 10h, horário de início do cortejo, foliões encontraram espaço de sobra no cruzamento entre as avenidas Ipiranga e São João, no centro da capital paulista —local eternizado por Caetano na canção "Sampa", tocada logo na abertura da festa.

Na sequência, a banda foi emendando sucesso atrás de sucesso do cantor baiano, enquanto uma massa trajada de sungas, biquínis, maiôs (peças majoritariamente brancas), pulava em sincronia.

Uma mulher com biquini branco, com a inscrição maravilhosa, em vermelho, estende os braços para o alto enquanto sorri. Há outras foliãs ao seu redor, que ocupam uma rua no centro de São Paulo
Foliã desfila no Bloco Tarado Ni Você desfila pelas ruas do Centro de São Paulo - Marcelo Justo/Uol

Em meio à celebração, um detalhe causou estranheza ao professor Leandro Schmidt, 33, frequentador do Tarado desde a sua fundação: a voz emitida pelas potentes caixas de som do trio elétrico.

"Mudou?", questionava ele, se referindo ao vocalista da banda. Sim, responderam vários presentes.

Zé Ed, celebrado puxador e criador do bloco, deixou o grupo após conflitos internos. Surgiu então uma nova configuração de banda, com revezamento de cantores.

"Tenho impressão de que a ausência do Zé afastou algumas pessoas, muitas eram amigas dele", declara a empresária Fernanda Goés, 40, que interrompeu sua fala ao início de um frenesi pela chegada de Guilherme Boulos (Psol), candidato da esquerda à prefeitura de São Paulo.

Boulos foi recebido com gritos de "prefeito, prefeito" e abraçou seus admiradores.

O Tarado Ni Você atraiu também muitos turistas que aproveitaram para conhecer o centro de São Paulo. Foi o caso do alemão Peter Fultz, 25.

"Estou muito animado, nunca vivi uma coisa assim", relata ele em português. Peter, porém, complementa ter achado a região central da cidade mais rica do Brasil feia e assustadora.

Ele olhava para um grupo de sem-teto andando em meio aos carnavalescos. A reportagem também observou garotos em bicicletas rodeando a região, famosa pelos furtos cometidos pela "gangue da bike".

Vindos de Belém, capital do Pará, o casal Julia e Guilherme Pinheiros, ambos de 33 anos, também reclamou do visual da capital, mas estava feliz com a organização.

"Não esperávamos algo tão ajeitado. Achávamos que fosse mais bagunça?", diz Julia.

O desfile do bloco deve durar até às 14h, acabando em frente ao Theatro Municipal de São Paulo.

A caminhada promete exigir muita hidratação. Nesta manhã, os termômetros paulistas já marcavam 30ºC.

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