Coronel da reserva que guardava arsenal não podia ter granada em casa, diz delegado

Apartamento do militar foi tomado por incêndio e explosões em Campinas, no último sábado (24)

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São Paulo

O coronel da reserva Virgílio Parra Dias, 69, não tem autorização para guardar granada em casa, explica o delegado José Roberto Micherino Andrade, do 1º DP de Campinas, que investiga a explosão no prédio onde o militar mora, no último sábado (24), na cidade do interior de São Paulo.

No total, 44 pessoas tiveram de ser resgatadas e 37 ficaram feridas após inalarem fumaça.

Andrade afirma que as investigações estão no início. Foi instaurado inquérito policial e objetos foram apreendidos.

"O Gate [Grupo de Ações Táticas] levou uma granada que foi colhida lá [no apartamento] para São Paulo. Parece que levou pólvora também. Tinha uma certa quantidade, 20 kg de pólvora", relata o delegado, dizendo que é preciso apurar a procedência do arsenal. Caso seja do Exército, o militar pode ter cometido crime contra a União.

Imagem mostra destruição em apartamento de Campinas
Apartamento em Campinas ficou destruído após explosões e incêndio na noite de sábado (24) - Divulgação/Defesa Civil

A polícia informou que havia 110 armas no apartamento, mas o delegado diz que o coronel tem 86 registradas, de modelos e calibres diversos, de acordo com o Exército. O coronel tem licença de CAC (caçador, atirador e colecionador.

A reportagem apurou que o total de armas recolhidas no apartamento será confirmado por meio do relatório pericial, que terá de informar quantos objetos foram analisados.

Dias foi encontrado na madrugada desta terça (27) em uma praça no Jardim Chapadão, também em Campinas, com um ferimento no pescoço. De acordo com informações do boletim de ocorrência, o militar tentou suicídio. Ele está internado e intubado e, por isso, ainda não foi ouvido.

A polícia não soube dizer se o coronel já tem advogado.

O prédio foi liberado pela Defesa Civil aos moradores apenas nesta terça –somente o apartamento do coronel continua interditado. A liberação do edifício ocorreu após varredura do Exército.

Virgilio Parra Dias - Reprodução/EPTV

Na segunda (26), o Comando Militar do Sudeste afirmou que foi aberto processo administrativo para averiguar possíveis irregularidades quanto à situação cadastral do arsenal mantido no apartamento do coronel.

Em nota, o Exército disse que o militar possui registro válido como CAC, que permite a posse e armazenagem de armas de fogo e munições, de acordo com uma série de prescrições legais.

A corporação foi questionada se conhece a origem da granada, quais os calibres e modelos das armas registradas, mas não respondeu até esta publicação.

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