Apagão paralisa Congonhas por 1 hora e meia e afeta quase 50 voos nesta sexta (15)

Falta de energia atingiu a torre de controle e derrubou a comunicação com as aeronaves; saguão fica lotado de passageiros em longas filas

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Carlos Martins Fábio Pescarini
Aeroin e São Paulo

Um apagão provocado pela falta de energia paralisou o Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, por cerca de uma hora e meia na tarde desta sexta-feira (15). O problema afetou milhares de passageiros.

Segundo a Aena Brasil, concessionária que administra o aeroporto, as operações foram interrompidas das 14h25 às 15h51.

Aeronaves ficaram paradas na pista —por volta das 15h, ao menos dois aviões Airbus da Latam, um Boeing 737 da Gol e um Embraer da Azul estavam na pista de táxi.

Fila e aglomeração no terminal de Congonhas; apagão de energia elétrica parou o aeroporto da zona sul de São Paulo na tarde desta sexta-feira (15) - Bruno Santos/Folhapress

Com a suspensão, 28 aviões não decolaram e 19 foram desviados para outros aeroportos, segundo a FAB (Força Aérea Brasileira).

Alguns passageiros relataram que uma fumaça saiu de um dos dutos de ventilação na sala de embarque remoto, o que não foi confirmado.

De acordo com o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão ligado à FAB, a falha no abastecimento de energia da torre foi provocada por uma ocorrência de fogo em linha de transmissão próxima ao aeroporto, às 13h59.

"A partir das 14h28, ocorreu degradação nas comunicações da Torre SP. Como medida, o plano de contingência foi implementado", disse o Decea, em nota.

Às 15h, a utilização do rádio começou a ser restabelecida, mas não havia previsão de retorno das operações.

Relatos da confusão puderam ser ouvidos pelo canal Golf Oscar Romeo, no YouTube, que tem câmeras com transmissão ao vivo de Congonhas.

Conforme o órgão militar, voos foram alternados para os aeroportos de Confins (MG), Galeão (RJ) e Campinas (SP).

A falta de luz também afetou alguns pontos da avenida Washington Luís, do lado de fora do aeroporto.

A concessionária de energia Enel afirmou, no fim da tarde, que ainda apurava as causas do problema. A empresa, sem dar detalhes, disse que uma ocorrência na rede elétrica que abastece o aeroporto de Congonhas causou a interrupção no fornecimento de energia no local. "A distribuidora realizou manobras em sua rede e atuou para restabelecer o serviço."

No terminal de passageiros, os geradores foram acionados e a energia acabou normalizada rapidamente, segundo a Aena. Mesmo assim, usuários reclamaram do calor em redes sociais, dizendo do que aparelhos de ar-condicionado não funcionavam, o que a concessionária negou —com 34,3°C, São Paulo igualou nesta sexta-feira a temperatura recorde para o mês março e o dia mais quente do ano

O apagão transformou o aeroporto em um caos e deixou reflexos. Cerca de duas horas depois de o problema ter sido resolvido, o saguão continuava lotado de passageiros atrás de informações sobre voos ou que tentavam fazer check-in em filas intermináveis.

A falta de explicações era reclamação comum na aglomeração, além do empurra-empurra.

Às 17h15, no momento em que esperava estar decolando para Belo Horizonte (MG), a arquiteta Mirela Holanda Albuquerque encarava uma fila com dezenas de pessoas à sua frente, em busca de informações em um dos guichês da Gol. No local, a companhia aérea dispunha de apenas quatro funcionários para atender todo mundo.

Ela, a irmã e a filha, de 8 anos, partiram pela manhã de Fortaleza (CE) para uma semana de férias em Minas Gerais.

O voo delas fez conexão em Congonhas, e a família soube do apagão no aeroporto ainda na aeronave, logo após o pouso. "O piloto informou sobre a falta de energia e levamos mais de 20 minutos para sair do avião", afirmou.

A família esperava para saber se o voo seria remarcado e para quando. "Não sabemos o que vai acontecer", disse.

O estudante de medicina Raul Medrado, 22, explicava no telefone para o pai, no Rio de Janeiro, que seu voo, previsto para o meio da tarde, havia sido cancelado.

"Honestamente, não sei o que fazer, não vou encarar essas filas. Acho que vou embora e tentar resolver pela internet depois. Ficar aqui é perda de tempo", afirmou.

A engenheira Patrícia Gaspari, 38, também viajaria para o aeroporto de Confins e ficou mais aliviada ao ver no painel que o seu voo, marcado para às 15h30, ainda aparecia previsto para às 19h e com status de atrasado. "O pior acho que já passou e pelo jeito finalmente vai dar certo."

Em nota, a Aena disse recomendar que todos os passageiros com voos afetados nesta sexta-feira entrem em contato com as companhias aéreas para verificar a situação das viagens.

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