Descrição de chapéu IBGE

Brasil teve alta de mortes de crianças em 2022, apesar de redução geral de óbitos

Dados do IBGE apontam que número total de mortes diminuiu no país, mas segue acima do nível pré-pandemia

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São Paulo

Após atingirem recorde no Brasil, os registros de mortes caíram em 2022, na comparação com 2021. O número, no entanto, não voltou a patamares de 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19.

Os óbitos chegaram a 1,524 milhão no ano retrasado, com queda de 15,8% na comparação com o 1,786 milhão de 2021 —281,6 mil mortes a menos nos registros.

Do total de mortes registradas em 2022, 19.968 (1,3% do total daquele ano) ocorreram em anos anteriores ou não havia informação sobre o ano da morte.

Considerando faixas etárias, houve aumento de mortes nos grupos de 0 a 14 anos de idade. Os aumentos mais acentuados na comparação de 2022 com 2021 foram nas faixas de 1 a 4 anos (27,7%) e 5 a 9 anos (19,3%). Já as reduções começam a partir dos 15 anos de idade, e as maiores foram registradas nos grupos de 50 a 59 anos (-30,5%) e 40 a 49 anos (-30,1%).

As informações são do levantamento Estatísticas do Registro Civil 2022, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (27).

agentes de saúde com roupa de proteçã, touca e máscara atendem criança internada, não é possível ver rosto da criança pois há um cilindro na frente, há monitores e equipamentos médicos no quarto
Agentes de saúde trabalham com criança internada por covid no Hospital Cândido Fontoura, em SP - Adriano Vizoni - 4.fev.2022/Folhapress

Entre as regiões do país, a maior queda foi no Centro-Oeste (-21,7%), e a menor, no Nordeste (-9,3%). Os estados com maior redução foram Amazonas (-29,9%), Rondônia (-26,6%) e Acre (-25%). Já as menores variações foram no Piauí (-6,3%), na Bahia (-6,9%) e na Paraíba (-6,9%).

Segundo o instituto, o número de mortes registradas em 2022 ainda foi superior à média dos cinco anos anteriores à pandemia, em torno de 1,276 milhão.

Ainda, janeiro de 2022 concentrou o maior número de mortes ao longo do ano, e foi o único daquele ano a superar os registros do mesmo mês em 2021. Segundo o IBGE, uma das causas possíveis pode ter sido a terceira onda da Covid-19, puxada pela disseminação da variante ômicron, além de uma epidemia de influenza, podem estar por trás do número elevado.

Já o aumento das mortes de crianças e adolescentes —até 14 anos— entre 2021 e 2022 pode estar ligado, segundo o IBGE, à mortalidade por Covid-19.

Dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde mostram que 60% da diferença de mortes de 2021 para 2022 para a faixa etária de 0 a 14 anos aconteceu por causa de doenças respiratórias. Já a vacinação para este grupo começou mais tarde, depois dos adultos.

No Rio Grande do Norte, a mortalidade no grupo de 1 a 4 anos mais que dobrou, com 110,4% de aumento. Todos os estados tiveram aumento, com exceção do Rio Grande do Sul, que registrou queda de 13% para essa faixa etária.

O marcador de sexo também diferencia as mortes no Brasil A queda entre pessoas do sexo feminino, de 14,5% na comparação de 2022 com 2021 foi inferior àquela registrada entre o público masculino, de 16,8%. Na média, foram 121 óbitos masculinos a cada 100 femininos.

Outro indicador diz respeito a mortes não naturais. A categoria inclui homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas acidentais, entre outros motivos, e atinge principalmente pessoas do sexo masculino, com 85.195 mortes em 2022. Já as mulheres foram 16.943 vítimas naquele ano.

O estado com a maior parcela de mortes não naturais em 2022 foi o Amapá (13,8%), seguido por Tocantins (11,8%) e Roraima (11,2%). Segundo edição mais recente do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Amapá também foi o estado com a maior taxa de mortes violentas intencionais —50,6 casos por 100 mil habitantes— entre os estados brasileiros. O indicador inclui homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora.

  Colaborou Natália Santos

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