Polícia de SP diz ter desarticulado principal quadrilha especializada em roubar Ozempic e Venvanse

Cinco pessoas foram surpreendidas em um imóvel na serra da Cantareira, em Guarulhos, suspeito de ser base operacional do grupo

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São Paulo

A Polícia Civil prendeu no sábado (16) cinco pessoas suspeitas de roubarem medicamentos de alto custo em farmácias de São Paulo e região metropolitana. De acordo com o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), a quadrilha é apontada como a principal na prática deste tipo de crime.

Os alvos dos ataques, conforme a polícia, são os medicamentos Ozempic e Saxenda, procurados para quem busca emagrecer, e Venvanse, direcionado a pessoas com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade).

Caixas de remédio e dois revólveres em uma mesa com o símbolo da Polícia Civil ao fundo
Medicamentos, armas e munições apreendidos com cinco suspeitos de fazerem parte de quadrilha especializada em roubar remédio de alto custo - Divulgação/Deic

Além das prisões, produtos roubados de farmácias acabaram apreendidos na operação, A quantidade de medicamentos apreendidos não foi informada, mas em uma imagem distribuída pelo Deic há cerca de 40 caixas de Ozempic em cima de uma mesa, com outros remédios, armas, munições e celulares.

Também não foi informado o faturamento calculado da quadrilha. Uma unidade de Ozempic, por exemplo, custa cerca de R$ 1 mil. A caixa de Venvanse sai por R$ 500.

O nome dos cinco presos não foi divulgado pela polícia.

De acordo com policiais da 5ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos), a base operacional do bando funcionava em uma casa na serra da Cantareira, em Guarulhos, Grande São Paulo.

O cerco à quadrilha era mantido desde o início deste mês, após as prisões de dois integrantes do grupo, quando houve recuperação de medicamentos.

As informações obtidas a partir das duas prisões abriram novas frentes de investigação e foi possível identificar o esconderijo utilizado pelo grupo.

A casa era localizada em uma região de mata fechada, em local de difícil acesso, conforme a polícia, e com baixa circulação de veículos.

"Além disso, a edificação é cercada de muros altos e instalada na parte superior de um terreno em aclive. Isso permitia a visualização da via pública e suas imediações, dificultando pegar os envolvidos de surpresa", diz o Deic.

Conforme a polícia, para realizar a prisão houve apoio do do GER (Grupo Especial de Reação), com cerco tático na zona de mata nativa. "A entrada bem planejada pegou o segurança do local tentando chegar até uma arma, uma pistola escondida na churrasqueira."

Os policiais ainda estavam no imóvel quando dois homens e duas mulheres chegaram em um SUV. No banco do passageiro foi encontrado um revólver calibre 32 e, com uma das suspeitas, um celular roubado durante ataque a uma drogaria na Lapa, na zona oeste da capital paulista.

Também foram apreendidos uma motocicleta e dois automóveis, que apresentavam queixa de furto.

Na checagem dos produtos encontrados no imóvel, os policiais descobriram que os medicamentos tinham sido roubados na noite anterior de uma farmácia no Morumbi, também na zona oeste. As vítimas reconheceram dois dos presos como autores do assalto.

Os cinco devem responder por receptação qualificada, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, associação criminosa e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.

No último dia 24 de fevereiro, o policial militar Anderson de Oliveira Valentin, 46, e de sua filha, Alycia Pereroni Valentin, 19, foram mortos durante tentativa de assalto a uma farmácia na zona leste de São Paulo.

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