Descrição de chapéu trânsito

Condutor de Porsche é sócio de pai em empresa que administra 19 imóveis

Família, que atua no ramo de material de construção, tem mais 42 propriedades na capital, no interior e no litoral paulista

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São Paulo

O motorista do Porsche envolvido em um acidente na zona leste de São Paulo na madrugada de domingo (31) é sócio de parentes em uma empresa de administração imobiliária que possui 19 endereços na capital paulista.

Fernando Sastre de Andrade Filho, 25, aparece como sócio minoritário da Sastre Empreendimento Imobiliário ao lado do pai, do tio e de um primo. A empresa, com capital declarado de R$ 430 mil, tem como atividade principal a compra, venda e aluguel de imóveis próprios, construção de edifícios e loteamentos.

Fernando Sastre De Andrade Filho, 25, conduzia Porsche envolvido em acidente na avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, na zona leste de SP
Fernando Sastre De Andrade Filho, 25, conduzia Porsche envolvido em acidente na avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, na zona leste de SP - Reprodução/TV Band - 1.abr.24/Folhapress

A família, que atua no ramo de material de construção, é dona de outros 42 imóveis na capital, no interior e no litoral sul de São Paulo. O motorista do Porsche também tem uma empresa de serviços administrativos avaliada em R$ 100 mil.

A reportagem procurou o pai do condutor, o empresário Fernando Sastre de Andrade, e a advogada de defesa por telefone e por email, mas nenhum deles respondeu até a publicação deste texto.

O carro de luxo envolvido no acidente está registrado como propriedade de uma das empresas da família, que consta como dona de outros veículos de alto padrão, como um Volkswagen T-Cross Highline, um Volkswagen Nivus Highline e uma moto BMW.

O jovem dirigia o Porsche avaliado em R$ 1 milhão quando bateu na traseira de outro veículo e causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, na madrugada de domingo (30), na avenida Salim Farah Maluf.

Em depoimento à Polícia Civil, ele negou ter ingerido bebida alcoólica ou estar sob efeito de drogas, e afirmou não lembrar qual velocidade conduzia o veículo no momento do acidente. Filho contou que foi a um clube de poker no Tatuapé por volta das 23h, e ficou no local até as 2h.

O acusado se apresentou à polícia nesta segunda-feira (1º), mais de 24 horas após o acidente, para prestar depoimento. Segundo seus advogados, Filho estava em estado de choque e havia receio de linchamento, pois "naquele momento ele passou a sofrer linchamento virtual" e por isso houve a decisão de "resguardo".

ONDE O ACIDENTE OCORREU?

O acidente aconteceu na avenida Salim Farah Maluf, na altura do número 1.801, no Tatuapé, às 2h25 de domingo (31). O acidente foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e fuga de local de acidente.

COMO ACONTECEU?

De acordo com o boletim de ocorrência, o Porsche bateu na traseira do Sandero, que era conduzido pelo motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52. Ele foi levado por bombeiros ao Hospital Municipal do Tatuapé, com parada cardiorrespiratória e múltiplos traumatismos. Viana não resistiu aos ferimentos.

CARRO ESTAVA EM ALTA VELOCIDADE?

A Porsche estava em alta velocidade, de acordo com duas testemunhas que passavam de carro pelo local em um HB20. Segundo o registro policial, as testemunhas disseram que o Porsche fez uma ultrapassagem, perdeu o controle e bateu na traseira do Sandero.

Porsche azul ficou com dianteira destruída após colisão com Sandero
Porsche azul ficou com dianteira destruída após colisão com Sandero - Divulgação/Polícia Civil - 31.mar.24/Folhapress

QUEM ESTAVA NO PORSCHE?

Além do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, no Porsche também estava o passageiro Marcus Vinicius Machado Rocha, 22. Ele foi socorrido para o Hospital São Luiz Tatuapé.

O EMPRESÁRIO QUE DIRIGIA O PORSCHE FUGIU?

A mãe do empresário foi até o local do acidente, ainda de acordo com o registro policial, e disse que o levaria ao Hospital São Luiz Ibirapuera devido ao leve ferimento que ele apresentava na região da boca. Os policiais militares foram até a unidade para ouvi-lo e fazer o teste do bafômetro, mas receberam a informação de que o empresário não deu entrada em qualquer hospital da rede São Luiz. Ainda segundo o registro policial, os agentes não conseguiram mais falar com o empresário ou sua mãe –as ligações não foram atendidas.

POR QUE A POLÍCIA MILITAR LIBEROU O EMPRESÁRIO?

Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que, em caso de acidentes de trânsito, a prioridade da Polícia Militar é garantir o resgate das vítimas e preservar o local do acidente.

De acordo com a nota, inicialmente, além do motorista que morreu, o empresário que estava na Posche foi apontado também como vítima, e, como tinha ferimento, foi socorrido.

"Durante a apresentação da ocorrência verificou-se que o possível autor seria o condutor do Porsche. Os PMs realizaram diligências no hospital em que o motorista sinalizou que seria atendido e em sua residência, mas ele não foi encontrado. Diante disso, o caso foi registrado como homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e fuga do local do acidente", afirmou a SSP.

A SSP afirmou que a PM "analisará a dinâmica da ocorrência para identificar eventual erro de procedimento operacional". O caso foi registrado e é investigado pelo 30º DP (Tatuapé).

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