Descrição de chapéu Folhajus transporte público

Justiça torna réus 19 acusados de integrar esquema do PCC com empresas de ônibus

Decisão também determinou bloqueio de R$ 600 milhões da Transwolff para garantir pagamento de dano moral coletivo

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São Paulo

A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réus 19 dos 26 acusados de integrar esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) por meio de empresas de ônibus donas de contratos com a administração municipal de São Paulo.

Os réus têm ligação com as empresas Transwolff e UPBus, que atuam no sistema de transporte público na zona sul da cidade, e têm elo com o crime organizado, segundo a Promotoria. Entre eles estão Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, dono da Transwolff, e outras três pessoas ligadas à empresa. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Pacheco.

Operação do MP prende dirigentes de empresas de ônibus de SP por suspeita de ligação com PCC
Operação prendeu dirigentes de empresas de ônibus de SP por suspeita de ligação com o PCC - Divulgação/Ministério Público

Foi pedida também a prisão de Silvio Luiz Ferreira, 46, o Cebola, um dos dirigentes da UPBus. Ele não foi encontrado pela polícia e é considerado foragido.

Na terça (16), policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) prenderam Alexandre Salles Brito, o Buiu, um dos sócios da UPBus. A reportagem não localizou a defesa do suspeito.

A decisão desta quarta também determinou o bloqueio de mais de R$ 600 milhões da Transwolff para garantir o pagamento de dano moral coletivo, conforme pedido da Promotoria. O valor é referente à renda bruta declarada pela empresa em 2021 à Junta Comercial.

O pedido de indenização é baseado em denúncias de ex-perueiros integrantes da extinta Cooperpam, cooperativa que deu origem à Transwolff. Segundo a Promotoria, os dirigentes da empresa atuaram para forçar os então cooperados a renunciarem às suas permissões de integrar o sistema de transporte público sem qualquer tipo de compensação.

Ex-cooperados relataram, em ações judiciais, terem sido coagidos a assinar pedidos de demissão em que também se comprometiam a abrir mão de qualquer direito patrimonial e contrapartida financeira.

Ao menos 26 ações judiciais foram movidas por ex-integrantes da Cooperpam para cobrar os repasses previstos no estatuto social que nunca teriam sido pagos após os desligamentos.

A reportagem também tentou contato com as empresas denunciadas, mas não teve retorno.

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