Quatro pessoas ligadas a duas empresas de ônibus foram presas nesta terça-feira (9) durante operação do Ministério Público de São Paulo que investiga esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo as investigações, a facção está infiltrada na prestação de serviços públicos no sistema de transporte paulistano. Há também suspeita de formação de cartel no setor.
A ação desta terça-feira (9) cumpriu 3 de 4 mandados de prisão contra dirigentes de duas companhias: Transwolff e Upbus, responsáveis pelo transporte de ao menos 700 mil passageiros diariamente na capital paulista e que receberam mais de R$ 800 milhões de remuneração da Prefeitura de São Paulo em 2023, segundo a Promotoria.
Além dos presos com ordem judicial, outra foi levada em flagrante.
Saiba a seguir quem são os presos:
Luiz Carlos Efigênio Pacheco
Conhecido como Pandora, é dono da Transwolff, empresa de ônibus responsável pelo transporte de 700.000 passageiros em 90 linhas que circulam pela zona sul de São Paulo. Ele trabalha na empresa há quase dez anos, e, antes disso, atuou por 13 anos na Cooper Pam, uma cooperativa de transporte urbano que deu origem à Transwolff em 2015.
A cooperativa era formada por ex-perueiros, como eram chamados os operadores do transporte clandestino na capital paulista, até 2003, quando foi criado o Sistema Interligado e os cooperados saíram da clandestinidade. O sistema dividiu a cidade em oito áreas que passaram a ser servidas por ônibus de diferentes cores, de acordo com a região.
Robson Flares Lopes Pontes
Dirigente da Transwolff, ele é um dos coordenadores das linhas que atendem a área formada pelos bairros de Santo Amaro, Capão Redondo e Campo Limpo. Ele foi detido em sua casa, na zona sul.
Joelson Santos da Silva
Sócio da Transwolff, é acusado de atuar no esquema de lavagem de dinheiro
Elio Rodrigues dos Santos
Secretário da Transwolff, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma durante as buscas na sede da empresa
Foragido: Silvio Luiz Ferreira
Conhecido como Cebola, um dos alvos da operação continua foragido. Ele é considerado uma liderança do PCC. Em 2022, ele foi apontado como dono de 56 ônibus da UPBus.
Investigados não responderam
A Folha acionou as empresas na manhã desta terça, mas até a noite não havia recebido resposta.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos presos.
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