Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Água começa a baixar no aeroporto de Porto Alegre, mas pista pode ter que ser refeita

Terminal não tem prazo para retomar atividades; base da Aeronáutica receberá voos comerciais

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Porto Alegre e Rio de Janeiro

A redução no nível de água do lago Guaíba, em Porto Alegre, já deixa aparentes trechos da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho que estavam submersos por quase três semanas.

As operações do terminal foram interrompidas na noite de 3 de maio, quando a elevação do Guaíba tomou conta de áreas da zona norte da capital, onde fica o aeroporto.

Na foto, uma pista de decolagem de aviões aparece parcialmente submersa.
Pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho voltou a ser visível com a redução no nível da enchente - Anselmo Cunha / AFP

"A gente está na expectativa de que até sexta ou sábado a água comece a baixar, a gente já começa a ver em alguns lugares a pista aparecer", disse o ministro de Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho (Republicanos).

Em entrevista para o programa "Bom Dia, Ministro", na manhã desta quarta-feira (22), Costa Filho afirmou que a Fraport, empresa concessionária que administra o aeroporto, já começou a fazer um diagnóstico do terminal.

"Tem gente que diz que a pista terá condições de receber voos, tem gente que acha que a pista terá que ser refeita completamente, porque a água terminou danificando o asfalto e o solo", explicou. "Essa discussão do Salgado Filho a gente só vai ter quando tiver uma análise técnica mais clara. Neste momento, a gente montou uma operação de guerra."

Em nota, a Fraport informa que a água dentro do terminal está abaixo de 1 metro, mas há níveis diferentes dentro do sítio aeroportuário. Depois de atingir históricos 5,33 metros no dia 6, o Guaíba ficou abaixo do nível de 4 metros nesta terça-feira (21) e estava em 3,91 metros na última medição, às 10h15.

Na foto, um avião está estacionado em uma pista alagada, que reflete as nuvens no céu. Próximo ao avião está o aeroporto, também alagado.
Mesmo após escoamento da água, aeroporto não tem data para voltar a funcionar - Anselmo Cunha / AFP

Segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o cenário indica uma cheia duradoura, com redução lenta dos níveis.

Há a possibilidade de represamento do Guaíba pelo vento sul forte previsto para sexta-feira (24), causando nova elevação para perto dos 4 metros.

A volta das chuvas também podem contribuir para a elevação dos níveis e prolongar a cheia para junho.

Isso também pode afetar a situação do aeroporto. Embora o estrago no local ainda seja apurado, a água danificou equipamentos e estruturas do primeiro pavimento do aeroporto, também alagando hangares e aeronaves estacionadas.

Ainda não há prazo para o retorno das atividades do aeroporto de Porto Alegre, o maior do Rio Grande do Sul e um dos mais movimentados do país. Nesta terça (21), companhias aéreas iniciaram a oferta de voos para a base aérea de Canoas (RS), na região metropolitana da capital.

O local é operado pela Força Aérea Brasileira, mas receberá linhas comerciais em caráter emergencial para reconectar o Rio Grande do Sul à malha aeroviária nacional. O atendimento a clientes e o check-in será feito em um espaço adaptado no ParkShopping Canoas, a 3 km da base.

Os primeiros voos devem ocorrer na segunda-feira (27). Até o momento, gaúchos que precisam viajar para fora do estado precisam se deslocar a aeroportos do interior do Rio Grande do Sul, ou a cidades de Santa Catarina, como Florianópolis e Jaguaruna.

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