Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Em Porto Alegre, socorristas agora buscam animais e pessoas que resistem em deixar suas casas

Menor número de ilhados abre nova etapa dos trabalhos de resgate na capital gaúcha

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Porto Alegre

Com a diminuição das chuvas no Rio Grande do Sul na manhã desta segunda-feira (13), socorristas puderam aumentar a quantidade de operações de resgate na orla do Guaíba na região metropolitana de Porto Alegre.

O número de resgatados, porém, está caindo, e a prioridade agora é buscar aqueles que continuam em suas casas e ficaram ilhados na expectativa de que a água baixasse rápido.

Barco atravessa ruas alagadas de Porto Alegre neste domingo (12) - Anselmo Cunha/AFP

O secretário municipal do Trabalho, Tiago Simon (MDB), acompanhou as ações. Segundo ele, a maioria das pessoas afetadas já foi resgatada, mas há moradores que acabaram ficando e que somente agora estão aceitando deixar suas casas.

"Por medo, por falta de suprimentos e até pelo fato de começar a virar uma terra sem lei, as pessoas estão começando a sair", disse.

Os socorristas estão de prontidão na orla e se revezam nas chegadas e saídas de barcos. As embarcações, que antes voltavam cheias de gente, agora chegam com menos pessoas a bordo. A reportagem acompanhou nesta segunda a chegada de embarcações com duas a quatro pessoas resgatadas.

Outra prioridade deste momento é o resgate de animais, que depois são recebidos por veterinários em uma ala. Também nesta segunda, um dos barcos voltou com mais de dez animais resgatados das áreas alagadas.

A veterinária voluntária Cintia Dias da Costa conta que, no domingo (12), mais de 300 animais passaram pelo local, entre cachorros, gatos, periquitos e patos, entre outros. Ali também estava sendo preparado um espaço para receber um porco que estava prestes a chegar em um dos barcos.

Após triagem, os bichos são encaminhados para abrigos específicos e identificados com tags. Depois, fotos dos animais são postadas em um perfil no Instagram para que tenham a chance de reencontrar seus donos.

O local é abastecido com ração, remédios, caixas de transporte para animais e outros utensílios, todos doados por voluntários. "Tem animais aqui que chegam precisando de clínica veterinária, de atendimento de hospital", afirma Cíntia. "Algumas clínicas parceiras estão recebendo esses animais, e eles são encaminhados para tratamento mais prolongado."

O nível do Guaíba subiu para 4,86 metros após as chuvas do fim de semana, e a expectativa é de uma elevação ainda maior nesta terça (14), com a chegada da inundação dos rios Caí e Taquari ao lago.

A base de resgate na orla é um complexo de tendas com distribuição de alimentos e acolhimento rápido de pessoas, onde há 12 banheiros químicos.

O local também recebe tanques de combustível para reabastecimento dos barcos —havia mais de 20 embarcações na orla nesta segunda, com agentes chegando e saindo.

A partir dali, os resgatados são levados a centros de triagem e abrigos. Mais de 14 mil pessoas estão sob acolhimento da prefeitura ou de entidades em Porto Alegre.

Enquanto a base operava na orla, caminhões-guincho e retroescavadeiras montaram uma barricada com sacos na avenida Edvaldo Pereira Paiva como tentativa de cercear o espalhamento das águas.

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