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Menos de 14% dos voos programados para Porto Alegre foram realocados

Distância e baixa capacidade de aeroportos próximos causam prejuízo bilionário ao turismo gaúcho

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Porto Alegre

Cerca de 86% dos voos previstos para o aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, ainda não foram realocados para outros terminais.

Um estudo encomendado pela Setur (Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul) aponta que de 20 de maio a 30 de junho 73.042 assentos em voos foram remanejados para os cinco principais aeroportos mais próximos da capital gaúcha.

Esse valor representa 13,91% do total de 524,701 assentos de voos suspensos no período por causa do fechamento do Salgado Filho. O Levantamento usa como base a quantidade de voos no local em 22 de abril, onze dias antes da paralisação das atividades.

Na foto, um alagamento no chão reflete prédios e o céu azul
Aeroporto de Porto Alegre deve reabrir em dezembro deste ano - Carlos Macedo/Folhapress/Carlos Macedo/Folhapress

O terminal foi alagado pela enchente do lago Guaíba, com um acúmulo de 65 centímetros de água no pavimento térreo e submersão da pista. A expectativa de reabertura é para dezembro deste ano, no melhor dos cenários.

O aeroporto de Caxias do Sul, na serra gaúcha, recebeu 7.956 dos passageiros realocados, um aumento de 32% na operação. No aeroporto de Passo Fundo, no norte do estado, o aumento foi de 24%, com 3.960 novos assentos.

No terminal de Jaguaruna (SC), houve um aumento de 20% com 1,866 assentos a mais. Em Florianópolis, a alta foi de 13%, com 33.684 novos lugares.

O terminal improvisado na base aérea de Canoas, que deve funcionar enquanto o Salgado Filho não reabre, recebeu 25.576 realocações de assentos. Os dados foram levantados pela ForwardKeys, empresa de análise de dados de viagens.

Segundo o secretário de turismo em exercício, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, a falta de condições de realocar estes assentos em outros aeroportos "está nos trazendo graves prejuízos ao setor de turismo e de eventos do estado".

Ele pediu colaboração entre os municípios, estado, União e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) "para que, em conjunto com a concessionária, se utilizem todas as alternativas possíveis, financeiras, administrativas, de logística, de engenharia, técnicas, para acelerar esse processo".

"A conectividade aérea é o que legitima a união indissolúvel dos estados da República Federativa do Brasil", disse Rodriguez. "Enquanto essa conectividade não for restaurada, o Rio Grande do Sul permanece dissociado do todo, com impacto direto nos negócios, na recepção aos turistas e, obviamente, na geração de emprego e renda de tantas famílias gaúchas"

Segundo estimativa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o turismo gaúcho teve um prejuízo de R$ 1,33 bilhão em maio, uma queda de quase 56,5% na receita mensal prevista.

Apesar da retomada parcial dos voos ao estado, a proximidade da alta temporada de inverno pode aumentar o prejuízo em cidades como Gramado, Canela e São Francisco de Paula.

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