O setor agropecuário no Rio Grande do Sul calcula em R$ 2,34 bilhões o prejuízo até o momento causado pelas enchentes no estado.
São R$ 2,12 bilhões na agricultura e R$ 224 milhões na pecuária (subdivida em R$ 183 milhões no setor de aves e R$ 46 milhões no de suínos).
Os dados, referentes ao período de 26 de abril a 22 de maio, foram compilados por associações do setor junto aos 386 municípios em situação de calamidade ou emergência no estado. Posteriormente, foram incluídos no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres da Defesa Civil nacional.
A tendência é que os números aumentem nos próximos dias, até porque as chuvas não param.
Presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa gaúcha, o deputado Luciano Silveira (MDB), diz que os dados mostram que o agro precisará de forte ajuda nos próximos anos para se reerguer.
"O agro representa 40% da economia do Rio Grande do Sul, e esse desastre foi bastante abrangente em termos de regiões do estado e de culturas afetadas. Atingiu o arroz, a soja, a proteína animal, as vinícolas, o setor fumicultor", afirmou.
Segundo ele, é preciso ter carência para as dívidas agrícolas de pelo menos três anos e prorrogar os prazos de pagamento hoje existentes.
No caso do arroz, o estado responde pela produção de cerca de 70% do consumo nacional. Silveira diz ser desnecessária a intenção do governo Lula de reduzir tarifas de importação para o produto, para suprir as necessidades do país.
"Em vez de retirar tributos de importação, deveria usar esse recurso para subsidiar o produtor", afirma.
O deputado critica ainda o fato de o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, até o momento não ter ido ao estado se solidarizar com os produtores. "Já passamos 20 dias da tragédia e ele ainda não veio. Ele vir aqui é um gesto de carinho", afirma.
Fávaro deve se deslocar ao Rio Grande do Sul na próxima terça-feira (28), onde instalará de forma provisória o seu gabinete.
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