Descrição de chapéu Obituário Antonio da Rocha e Silva (1937 - 2024)

Mortes: Eterno jovem, adorava fazer festa por tudo

Antonio da Rocha e Silva, que celebrava a própria juventude aos 87 anos, distribuiu carinho e ensinou família e amigos a levar a vida com suavidade

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Antonio Rocha Filho
Escada (PE)

Antonio da Rocha e Silva era a tranquilidade em pessoa. Conhecido pelo jeito meigo e carinhoso com que tratava quem cruzasse o seu caminho, tinha dons e gostos que cativavam parentes e amigos. Um deles era a culinária. Outro era fazer festas.

Filho caçula de seis irmãos homens, Nino, como era conhecido na família Rocha, nasceu em Escada (PE), em 16 de abril de 1937. Perdeu o pai, Paulino, quando tinha 1 ano e foi criado pela mãe, Josefa, e pelos irmãos.

Aos 15 foi morar com amigos em Olinda (PE) e começou a trabalhar no comércio do Recife. Em 1962, como auxiliar de escritório, chegou à Editora Pilar, filial da Editora Delta, da enciclopédia Delta Larousse.

Antonio da Rocha e Silva, que celebrava a própria juventude aos 87 anos, distribuiu carinho e ensinou família e amigos a levar a vida com suavidade - Arquivo pessoal

Virou gerente regional e, em 1965, foi transferido para São Paulo, na filial da Delta, com sede no Rio. No mesmo ano, casou-se com Maria do Socorro, 82, que ele dizia ser o amor de sua vida. Do casamento de 58 anos, nasceram Antonio Filho, 57, e Ana Paula, 56.

Fez carreira de 25 anos na Delta. Era considerado um chefe exigente, que fazia jus ao nome "Seu Rocha". Saiu da empresa ao se aposentar, em 1987.

Antonio adorava receber amigos em casa. Encantava os visitantes ao preparar pratos como camarão ao molho de coco, filé ao molho de champignon, feijoada e musse de chocolate. Mas foi o camarão ao catupiry que marcou a memória de parentes e amigos.

Depois de 21 anos, em 1986 Antonio voltou a morar no Recife, com a mulher e a filha. O filho seguiu em São Paulo.

Antonio fazia festa por qualquer motivo. Promoveu centenas de celebrações na família. A festa de 15 anos da filha, no clube de Escada, marcou a história da cidade.

Ele era apreciador de uísque e gostava de ver os outros beberem. Incentivava todos nas festas da família e nos blocos de Carnaval no Recife e em Olinda, perguntando: "Teu copo tá furado?". E enchia o copo do outro.

A neta Marcela, 27, está entre as agraciadas pelo afeto de Antonio. Nascida prematura e com baixo peso, sua fragilidade assustava os parentes. Com o cuidado e a segurança de sempre, o avô deu o primeiro banho na neta.

Comer era outro prazer de Antonio. Tinha gosto especial por doces. Adorava pudim de leite, que chamava de "pudchim" em tom de brincadeira. Também gostava de dormir. Cochilava em qualquer lugar, até em um show de Roberto Carlos, lembra Socorro.

Paciente cardíaco, Antonio passou por quatro cirurgias no coração, a última há dois anos. Em 2020, com a pandemia, ele e Socorro foram morar com a filha e o genro, Paulo, em Escada. No ano passado, Marcela criou um perfil no Instagram (@voseuantonio) para o avô. Em vídeos divertidos, Antonio dá lições de bom humor e de como levar a vida com leveza. E repete seu bordão: "Eu sou jovem".

Internado em maio, teve diagnosticado um câncer no pâncreas. Entre as complicações, uma pneumonia lhe tirou a vida em 14 de junho, aos 87 anos. Antonio deixa Socorro, os dois filhos, quatro netos, dezenas de sobrinhos e uma legião de amigos, parentes e seguidores no Instagram. "Seu legado é mostrar que a vida pode ser levada de maneira mais suave e amorosa", resume a filha, Ana Paula.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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