Descrição de chapéu Obituário Jomar Casemiro (1968 - 2024)

Mortes: Manteve o legado carnavalesco da família Calça Larga

Jomar Casemiro seguiu os passos do avô e do pai na história da Acadêmicos do Salgueiro

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São Paulo

Jô Calça Larga não herdou apenas o apelido do avô no sobrenome, passado ao pai, Jorge, mas também o amor pelas cores vermelha e branca da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, no Rio de Janeiro.

O patriarca Joaquim Casemiro ganhou o apelido em 1932, quando chegou da cidade de Miracema, no interior fluminense, para morar no morro do Salgueiro, na Tijuca (na zona norte carioca). Na época, ele não passava despercebido pelos quase dois metros de altura e 130 quilos, usando uma calça com boca larga que cobria os sapatos.

Casemiro se tornou o grande responsável por conduzir o Salgueiro nos títulos de 1960 e de 1963 no Carnaval carioca. Seu filho, Jorge, deu sequência à dinastia familiar, passada a Jomar Casemiro, que se tornou Jô Calça Larga.

Jomar Casemiro (1968 - 2024)
Jomar Casemiro (1968 - 2024) - Reprodução/Facebook

Nascido em 2 de Julho de 1968, logo aos 7 anos de idade Jô vibrou com o título conquistado em 1975, com o samba-enredo "As Minas do Rei Salomão". A partir de então, dedicou sua vida à agremiação. Foi vice-presidente executivo entre 2014 e 2018, trabalhando pelo desenvolvimento e sucesso da escola, e diretor-geral de harmonia e evolução por muitos anos, diretoria que passou a ser conhecida por Harmonia Calça Larga em 2019 em sua homenagem. Além disso, ele se tornou o elo entre o morro e a escola.

Vivendo na mesma casa onde moraram o avô e o pai, ele passou a realizar mensalmente, ao lado dos irmãos Jomilson e Joelmo, um pagode no local, além de outros eventos. A tenda de seu avô se tornou referência para os salgueirenses no que hoje é chamado Espaço Cultural Calça Larga.

"É com o coração partido que expresso meu mais profundo pesar pelo falecimento do meu amigo Jô. Sua presença era mais do que uma figura no morro do Salgueiro; era um pilar, uma voz de sabedoria e um exemplo de comprometimento com nossa escola", disse nas redes sociais André Vaz, presidente do Salgueiro. "Jô foi um amigo leal, um líder inspirador e um verdadeiro filho do Salgueiro. Sua partida deixa um vazio que nunca será preenchido. Meu coração está pesado, mas suas memórias e legado viverão para sempre em nossa memória."

Jomar Casemiro morreu no dia 19 de março, aos 55 anos. Ele estava internado no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na zona norte do Rio, e sofreu uma parada cardíaca. Nos últimos anos, o sambista estava com a saúde debilitada, com dificuldades de locomoção. Ele deixa a mulher, Nely, os irmãos e muitos amigos salgueirenses.

"Jô era uma pessoa que protegia, era farto, receptivo, reservado. Qualquer assunto no final era Salgueiro. O DNA dele era o Salgueiro, uma paixão inexplicável", diz Nely.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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