Descrição de chapéu Governo Tarcísio São Paulo

Nova concessão da Raposo e Castelo prevê 13 pedágios e aumento na tarifa

Edital publicado pelo governo Tarcísio autoriza reajuste após obras em SP

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São Paulo

A concessão do trecho de entrada na região metropolitana de São Paulo pelas rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares, além de uma ligação viária entre as cidades de Itapevi, Cotia e Embu, prevê 13 postos de cobrança automática de pedágio, três deles no trecho da Raposo dentro da capital paulista.

O edital publicado pela gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na última sexta-feira (26) também autoriza aumentos progressivos da tarifas quando as melhorias viárias previstas na licitação estiverem concluídas.

Imagem aérea mostra via cercada de residências e árvores
Trecho da rodovia Raposo Tavares, na região do Butantã, zona oeste da cidade de São Paulo - Bruno Santos - 23.abr.2024/Folhapress

Os acréscimos tarifários deverão variar entre 10%, 40% e 61%, conforme o tipo de benfeitoria, que são, respectivamente, construção de faixas adicionais em pista simples, duplicação de pista simples e faixas adicionais em pista dupla.

Nomeado Lote Nova Raposo, o projeto prevê a concessão de 93 km de estradas, incluindo trecho da Castelo atualmente operado pela concessionária Via Oeste –o contrato termina em março de 2025– e a parte da Raposo entre Cotia e São Paulo, hoje administrada pelo governo estadual.

O grupo empresarial ganhador poderá operar o sistema por 30 anos e deverá realizar investimentos de aproximadamente R$ 7,3 bilhões. A abertura dos envelopes está marcada para 25 de novembro, às 10h, na sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.

Caso a cobrança automática já estivesse em vigor, mas sem a realização das obras previstas, as tarifas aplicadas aos motoristas teriam variação de R$ 0,59 a R$ 4,53, conforme o trecho percorrido. Após as intervenções, o valor mínimo se manteria inalterado, e o valor mais alto subiria para R$ 5,21, segundo cálculo realizado pela Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado.

O governo Tarcísio afirma, porém, que a concessão inicialmente resultará em redução das tarifas. Nos trechos onde já há praças de pedágio instaladas, a redução média será de 20% a partir de abril de 2025, de acordo com a secretaria. A redução nos trechos já concedidos ocorre devido à revisão do contrato atual.

Antes da instalação dos pórticos automáticos, o sistema seguirá com três praças de pedágio no trecho que faz parte da concessão, todas na Castelo, nas cidades de Osasco, Itapevi e Barueri.

No caso da Raposo Tavares, o início da cobrança está condicionada à conclusão das obras. A previsão é de início a partir do sétimo ano de concessão para os três pórticos da capital, localizados na região do Butantã (zona oeste) e a partir do nono ano nos dois localizados em Cotia.

Usuários que passarem pela rodovia com maior frequência terão descontos progressivos no pedágio. O abatimento será de 10% a partir da 11ª passagem no pórtico e de 20% a partir da 21ª passagem.

Além de contestarem a cobrança de pedágio em trechos urbanos da rodovia, movimentos de moradores de bairros no entorno da Raposo reclamam da proposta que, na avaliação deles, cria mais pistas para estimular o uso de carros.

Antes da publicação do edital, a gestão Tarcísio modificou parcialmente o projeto, acrescentando sugestões de engenharia para que a futura concessionária realize obras que terão menor impacto nas vizinhanças.

A intervenção no percurso de aproximadamente 20 km entre São Paulo e Cotia prevê pistas marginais contínuas que passarão por zonas residenciais, estabelecimentos comerciais e áreas de proteção ambiental.

Interligações entre as diversas ruas paralelas à Raposo criariam vias ininterruptas destinadas ao fluxo local e à circulação de ônibus urbanos. É uma intervenção considerada fundamental da nova concessão porque tem potencial de reduzir o número de mortes de motoristas, segundo o governo estadual.

Uma das modificações no projeto, e que atende parte das reclamações de moradores, foi a desistência da instalação de uma ponte na altura da avenida Valentin Gentil, que direcionaria parte do fluxo da chegada a São Paulo por sobre o rio Pinheiros, em direção à praça Panamericana, no Alto de Pinheiros (zona oeste).

A passagem foi transferida para a avenida Escola Politécnica, cerca de 2,5 km a norte, na ponta oposta à raia olímpica da USP. Isso tende a desviar parte considerável do fluxo da chegada à capital para perto da Ceagesp. O governo alega ter considerado estudo de trânsito e de demanda da prefeitura para mudar o projeto.

A chegada à zona oeste de São Paulo ainda terá outras grandes intervenções, como a construção de um túnel sob a rua Sapetuba, no Butantã, que levará a pista central à avenida Lineu de Paula Machado, na lateral do Jockey Club.

Outra modificação no projeto considera uma das áreas que seria cortada por um trecho da nova marginal, o parque Previdência, que possui vegetação protegida pela legislação municipal.

Para amenizar esse tipo de impacto, o governo promete desvios no curso da via e, no caso específico desse parque, a construção de um viaduto por sobre a área verde. A proposta não agrada a moradores da região, que são contrários à construção da via marginal naquele trecho.

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