Familiares das vítimas do acidente aéreo da companhia Voepass foram levados para um hotel em Cascavel (PR) no início da noite desta sexta-feira (9). Lá eles passam por uma coleta de material genético que auxilie na identificação dos corpos.
O avião, que partiu de Cascavel com destino a Guarulhos (Grande São Paulo), caiu em um condomínio em Vinhedo (SP). As 61 pessoas que estavam a bordo morreram —57 passageiros e 4 tripulantes.
O hotel em que estão os familiares fica no bairro Maria Luiza, região central da cidade.
Raul Lessa, perito que participa dos trabalhos, afirma que a Polícia Científica do Paraná coleta também documentos para verificar impressões digitais, além de registros odontológicos como radiografias e próteses que possam ajudar na identificação por arcada dentária.
"Todos esses materiais vão auxiliar na identificação para posterior liberação dos corpos. E, na ausência de material papiloscópico e de arcada dentária para o confronto odontológico, também estamos coletando o DNA de parentes de 1º grau [mãe, pai, filhos e irmãos]", disse Lessa.
Emilio Santana, outro perito no local, disse que os trabalhos dos médicos legistas e técnicos se estenderão durante a noite. O material coletado ficará no Instituto Científico de Cascavel à disposição da Polícia Científica de São Paulo.
O acidente
Imagens feitas por moradores da região onde o avião caiu em Vinhedo mostram a aeronave em queda livre. Na sequência há uma explosão, seguida de muita fumaça.
O avião perdeu 3.300 metros de altitude em menos de um minuto a partir das 13h21, segundo o site Flight Aware, que monitora voos em tempo real ao redor do mundo. Registros do site mostram que o turboélice começou a perder altitude às 13h20, quando estava a cerca de 5.100 metros. Cerca de um minuto depois, atingiu 1.798 metros, a última atualização disponível.
Segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), o avião deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo às 13h21. O piloto não teria declarado emergência ou reportado estar sob condições meteorológicas adversas.
O órgão afirma que o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20 e, às 13h22, um minuto após deixar de responder, houve a perda de contato com o radar.
Especialistas em aviação ouvidos pela Folha levantaram duas hipóteses principais para a ocorrência, ressalvando que ainda é cedo para conclusões e que é preciso aguardar as investigações: falha elétrica ou gelo nas asas.
A região em que estava o avião tinha alerta para a formação de gelo severo no nível no qual a aeronave estava no momento em que perdeu contato com o radar.
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