Descrição de chapéu São Paulo

Justiça condena seis integrantes de quadrilha que trocava malas no aeroporto de Guarulhos

Apontado como líder do grupo pegou a maior pena, de quase 40 anos de prisão; cabe recurso

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A 6ª Vara Federal de Guarulhos condenou seis pessoas envolvidas no esquema de troca de etiquetas de bagagens no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, para conseguir enviar drogas para o exterior. Cabe recurso.

Um dos casos envolveu as brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini. As duas, que são casadas, permaneceram 38 dias presas em Frankfurt sob a acusação de levarem 40 kg de cocaína na bagagem. Elas forma detidas em março do ano passado.

O grupo utilizou o mesmo método, de troca de etiquetas em malas de passageiros regulares, em ao menos três casos. Os condenados pelo crime são cinco homens e uma mulher.

0
Operação da Polícia Federal contra quadrilha que trocava bagagens no Aeroporto Internacional de Guarulhos - Divulgação/PF

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), os dois principais líderes do grupo receberam as penas mais altas, de 39 anos e 8 meses e de 26 anos e 3 meses de prisão.

Conforme a investigação, esses dois homens eram responsáveis pela aquisição da droga que seria enviada à Europa, aliciavam outros criminosos, realizavam pagamentos e cediam celulares para comunicação no interior do aeroporto.

"Ambos têm longa trajetória em atividades ilícitas e mantinham vínculos com facções criminosas", afirma o MPF.

Os demais réus, conforme a Procuradoria, também exerciam funções de comando. Atuavam na logística para a remessa da droga ao exterior, coordenando e supervisionando desde a chegada da carga ao aeroporto até sua acomodação nas aeronaves. As penas variam de 7 anos a 16 anos e 4 meses de prisão.

"Alguns deles trabalhavam em prestadoras de serviços no terminal e ficavam encarregados de aliciar colegas para a execução de tarefas como a recepção das bagagens com cocaína em áreas restritas e a realização da troca de etiquetas", diz.

Eles foram detidos após a deflagração da Operação Colateral, em julho do ano passado, que prendeu 16 suspeitos. Os mandados foram cumpridos na esteira das investigações sobre a remessa de cocaína que havia levado injustamente o casal de brasileiras à prisão.

A partir dos dados obtidos, as autoridades descobriram outros crimes semelhantes praticados pelo grupo. Em pelo menos duas outras ocasiões os criminosos enviaram um total de 86 kg de cocaína aos aeroportos de Lisboa (outubro de 2022) e Paris (março de 2023), em bagagens com etiquetas trocadas. Assim como no caso de Frankfurt, a carga foi apreendida por forças policiais na chegada.

Procurada por mensagem para comentar as condenações, a advogada que representa as brasileiras que ficaram presas na Alemanha não respondeu até a publicação deste texto.

Na época das prisões, Kátyna Baía, uma das vítimas, comemorou

"Hoje, Jeanne e eu vamos esquecer as nossas dores físicas e emocionais para comemorar com vocês uma conquista que é de toda a nação brasileira. Após um trabalho de grande maestria e muita investigação, a Polícia Federal, hoje, prendeu vários integrantes dessa quadrilha que fez Jeanne e eu, e tantos brasileiros, vítimas, deixando pessoas vulneráveis aos despacharmos as malas", disse em vídeo enviado à Folha.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.