Descrição de chapéu Obituário Maria Alice Paoliello Lindenberg (1937 - 2024)

Mortes: Jornalista dedicou a vida a projetos sociais e culturais no ES

Maria Alice Paoliello Lindenberg estruturou e desenvolveu a área de relações institucionais da Rede Gazeta

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São Paulo

Em mais de 30 anos na Rede Gazeta, maior conglomerado de mídia do Espírito Santo, Maria Alice Paoliello Lindenberg construiu uma carreira recheada de conquistas e ficou marcada no estado como uma das maiores incentivadoras da cultura e fomentadora de projetos sociais.

Casada com o empresário, músico e jornalista Cariê Lindenberg —falecido em 2021—, que assumiu o controle acionário da rede em 1949, ela se formou inicialmente em pedagogia e atuou na área na siderúrgica Usiminas, em Vitória. Após o nascimento do primeiro filho, Carlos Fernando (Café), dona Maria Alice, como era conhecida, abdicou da carreira para cuidar da família. Na sequência nasceram Letícia e Beatriz.

Quando os filhos cresceram, ela resolveu encarar um novo desafio. Ingressou no curso de jornalismo da Universidade Federal do Espírito Santo e, após se formar, aos 46 anos, foi trabalhar como repórter do Caderno Dois da Gazeta, dedicado à cobertura cultural.

A imagem mostra uma mulher com cabelo curto e escuro, usando um blazer claro. Ela está em um ambiente que parece ser um evento social, com pessoas ao fundo. A mulher tem uma expressão séria e está olhando para a câmera.
Maria Alice Paoliello Lindenberg (1937 - 2024) - Arquivo pessoal

"Naquela época, meu pai, que era o diretor-executivo, a convidou para montar a assessoria de comunicação institucional da rede, que não tinha essa estrutura. Aí, sim, ela começou a fazer o trabalho de relacionamento institucional", conta Café, atual presidente da Rede Gazeta.

Como gerente do departamento, Maria Alice então colocou em prática seus conhecimentos como pedagoga e como jornalista para revolucionar a comunicação corporativa. Participou, por exemplo, da criação da primeira versão do documento Rede de Valores, que estabelece princípios éticos e de conduta para funcionários, relações comerciais e editoriais da corporação.

Maria Alice também se destacou na promoção das artes plásticas, da música, da educação e do bem-estar social. Entre as iniciativas das quais mais se orgulhava estavam a Gazeta na Sala de Aula e o Projeto Educar, ambos de incentivo à leitura para crianças e adolescentes.

Também foi incentivadora da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo e de movimentos filantrópicos, participando da criação da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc), da Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (Acacci) e do Selo Compromisso com a Criança.

Por seus feitos, ganhou o respeito de todo o estado e recebeu diversas homenagens, como a comenda Domingos Martins, da Assembleia Legislativa.

Filha de Lino Paoliello e Alice Marreco Paoliello, de origem italiana, Maria Alice nasceu em Itarana, na região serrana do Espírito Santo, e teve um irmão e seis irmãs.

Não descuidava da formação dos filhos e prezava muito as amizades.

"Mará, como a chamávamos, era uma pessoa bastante eclética em termos de hobbies, mas o que ela mais gostava era receber os amigos na casa de praia em Guarapari, onde jogava cartas e cozinhava. Ela sempre foi muito social, no sentido de ter amigos e cultivar as amizades em todos os grupos possíveis", diz Café.

Outra paixão de dona Maria Alice era viajar. O filho conta que ela viajou o mundo inteiro com amigos. "Ela tinha muita alegria de viver. Era leve, mas tinha essa determinação de saber aonde queria chegar."

Maria Alice parou de trabalhar em 2020, durante a pandemia de Covid-19. Desde então, passava o tempo curtindo filhos, netos, bisneto e a cadelinha schnauzer Meggy, de 12 anos.

Dona Maria Alice morreu nesta quinta-feira (15), aos 87 anos, em Vitória, por insuficiência respiratória devido a complicações de uma fibrose cística. Além dos três filhos, deixa os netos Eduardo, Mariana, Carlos Fernando, Carolina e Antônio, o bisneto Cristiano e os sete irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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