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27/04/2011 - 21h28

PMs matam 19 em 'resistência' nos últimos dias na Grande SP

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ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A decisão do governo de São Paulo de centralizar no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, as investigações sobre as "resistências seguidas de mortes" (confrontos a tiros entre policiais e supostos criminosos), não diminui a letalidade da PM na região metropolitana.

Hoje, 17 casos de "resistência" (com 19 vítimas) são investigados pelo DHPP. Até o dia 6, esses casos eram investigados pela delegacia da área onde ele ocorreu.

Desses 17 casos, 13 foram na capital. Os outros quatro foram Itaquaquecetuba, Diadema, São Bernardo do Campo e Carapicuíba.

A decisão de mandar o DHPP investigar todas as "resistências" foi tomada pelo governo de São Paulo no último dia 6 e visa evitar que assassinos sejam transformados em vítimas.

No 1º trimestre deste ano, antes da mudança na investigação, 111 pessoas foram mortas por policiais no Estado em casos de "resistência" --90 delas na capital e na Grande São Paulo. Os PMs mataram 87 pessoas; os policiais civis, três.

A média diária de mortos por PMs no 1º trimestre foi de 0,96, o que praticamente se manteve após a centralização das investigações sobre "resistências" no DHPP, quando a média diária está em torno de 0,90.

A centralização das investigações no DHPP ocorreu após a revelação do caso em que uma mulher ligou para a polícia e narrou o assassinato de Dileone Lacerda Aquino, 27, suspeito de roubar uma van e morto a tiros pelos PMs Ailton Vital da Silva e Felipe Daniel Silva. O crime ocorreu em março, dentro de um cemitério de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.

No primeiro registro dessa "resistência", os dois PMs acusados pela morte de Aquino apareceram como "vítimas", mas a testemunha ocular da morte desmontou a versão dos policiais ao vê-los tirar o suspeito de roubo de um carro da polícia e atirar contra ele.

Luiz Carlos Murauskas-26.abr.11/Folhapress
Veículo de Geraldo Lourenço, 37, morto durante tiroteio; família diz que ele foi rendido pelos bandidos
Veículo de Geraldo Lourenço, 37, morto durante tiroteio; família diz que ele foi rendido pelos bandidos

AMBULANTE MORTO

Um dos casos "resistência seguida de morte" investigados hoje pelo DHPP e que chamou a atenção da cúpula da Segurança Pública envolve o vendedor ambulante Geraldo Magela Lourenço, 37. O secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, determinou ontem "atenção especial" ao caso.

Lourenço e outros dois homens foram mortos por PMs na madrugada de terça-feira (26), na região do parque Ibirapuera (zona sul de São Paulo), durante um tentativa de roubo a dois caixas eletrônicos do Ipê Clube.

Os familiares de Lourenço dizem que ele foi morto com um tiro na cabeça pelos PMs ao ser confundido como criminoso, já que passava pela avenida Ibirapuera com seu carro a caminho do lugar onde sempre vendia milho.

Lourenço morreu dentro de sua Saveiro, onde não havia nenhuma arma. Um homem que atirava contra os PMs com um fuzil havia tentado entrar no carro do ambulante para fugir, não conseguiu e também foi morto.

Segundo o tenente-coronel Helson Léver Camilli, do 12º Batalhão da PM e chefe dos PMs envolvidos no tiroteio, o fato de Lourenço ter parado seu carro no meio da avenida Ibirapuera durante o confronto "levanta fortes suspeitas" de sua participação na tentativa de roubo dos caixas eletrônicos no clube.

 

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