Alckmin estuda repassar às famílias verba para compra de material escolar
Após reportagem da Folha revelar atraso de mais de um mês na entrega de kits escolares para alunos da rede estadual, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (11), em Leme (SP), que o governo estuda repassar o recurso para a compra do material diretamente para as famílias.
Segundo ele, a medida descentralizaria a compra. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, o atraso na entrega dos kits ocorreu por causa de uma decisão da Justiça de suspender a licitação para a compra do material escolar.
"O Distrito Federal já fez isso, de repassar os recursos diretamente para as famílias. Estamos estudando, avaliando os resultados do Distrito Federal, para talvez adotar aqui no Estado de São Paulo", disse o governador, sem precisar prazos.
Joel Silva/Folhapress | ||
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Luane Caroline de Jesus, 10, exibe o material escolar, já gasto; ela não recebeu novo kit do governo |
De acordo com Alckmin, o repasse ocorreria por meio de um cartão, que seria entregue às famílias cadastradas. O método é semelhante ao Bolsa Família, do governo federal, que repassa verba complementar à renda familiar para cada criança matriculada na escola.
"Hoje o nosso kit tem três livros de história, que vai de presente, régua, lápis, borracha e cadernos e a mochila", disse o tucano. Ele também não informou o montante que seria destinado para a compra de material para cada aluno da rede estadual.
Reportagem da Folha publicada nesta quarta (11) mostrou que, passado mais de um mês do início do ano letivo, um em cada 12 alunos das redes municipal e estadual de São Paulo ainda não recebeu o kit de material escolar –o equivalente a 7,8% dos estudantes.
Segundo a Apeoesp (sindicato dos professores), na rede estadual é a primeira vez que há atraso na entrega dos kits, que começou a ser feita em 2006.
GREVE NA SABESP
Alckmin também afirmou que não há razão para greve de funcionários da Sabesp, marcada para o próximo dia 19. O governador disse que acredita que o movimento não vai se realizar.
Conforme divulgado pelo sindicato da categoria nesta terça (10), a greve deve ocorrer por tempo indeterminado em razão das demissões ocorridas na empresa desde o início do ano. Segundo dados do sindicato, foram 399 desligamentos, e mais 160 estariam agendados.
"Espero que não haja greve porque não há nenhuma razão para ter greve. O canal é permanentemente aberto com as entidades. Houve demissões, mas uma grande parte era de aposentados e atendia a um acordo com o Ministério Público", disse.
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