Iniciativa global discute como Big Data pode ajudar o bem comum no Brasil

Evento, realizado por Data-Pop Alliance, Universidade de Manchester e FGV, começa nesta quinta

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Uma iniciativa global chega ao Brasil nesta quinta (16) e sexta-feira (17) quando será realizado, em São Paulo, o "Big Data para o Bem Comum".

Organizado por Data-Pop Alliance, Universidade de Manchester e Fundação Getúlio Vargas - EAESP, parceira institucional do Prêmio Empreendedor Social, o evento tem como objetivo conscientizar sobre o potencial do uso de Big Data para a construção de políticas públicas e soluções para problemas sociais. As atividades terão início com uma sessão aberta ao público, na manhã desta quinta-feira (16).

A iniciativa tem o propósito de construir diálogos dentro de três frentes de trabalho. A primeira delas discutirá o tema do encontro, o "Big Data para o Bem Comum", sob condução de Emmanuel Letouzé, diretor e cofundador do Data-Pop Alliance, organização sem fins lucrativos, criada em 2013, fruto de uma parceria entre Harvard Humanitarian Initiative, MIT Media Lab e Overseas Development Institute, e que reúne expertise para capacitar comunidades e promover transformações com base em Big Data.

Folder do evento "Big Data para o Bem Comum", organizado por Data-Pop Alliance, Universidade de Manchester e Fundação Getúlio Vargas - EAESP
Folder do evento "Big Data para o Bem Comum", organizado por Data-Pop Alliance, Universidade de Manchester e Fundação Getúlio Vargas - EAESP, que começa nesta quinta (16), em São Paulo - Divulgação

"Uma vez que todos entendem o Big Data como uma base massiva de dados, seja em volume ou variedades de informações, a gente parte de 3 Cs para criar evidências de dados e embasar discussões e decisões. Os Crumbs, que quer dizer migalhas e representam dados que podem gerar networking, discussões e iniciativas; as Capacidades, que são os conhecimentos técnicos exigidos para analisar os dados; e as Comunidades, que envolvem todos os atores inseridos na discussão: o cidadão, o poder público, a academia e o setor privado. Quando os três Cs se alinham, cria-se um ambiente para a transformação", afirma a franco-brasileira Julie Ricard, que é diretora-adjunta da DataPop Alliance.

A segunda sessão do encontro terá como tema "Big Data, políticas públicas e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável" e trabalhará com base em experiências brasileiras, de problemas e soluções. Esse painel contará com a presença do professor de Tecnologia e Ciência de Dados João Luiz Becker, da FGV-EAESP, do secretário de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi) Vinicius Botelho, do Ministério da Cidadania, e de Natália Mazotte, diretora-executiva da Open Knowledge Brazil. 

Por fim, a última jornada de atividades abordará a alfabetização dos dados e como dados privados têm grande potencial para diagnosticar uma realidade, como mostrarão a professora Jackie Carter, especialista em alfabetização estatística da Universidade de Manchester, e a Julie Ricard, que apresentará projetos de pesquisa, ainda em desenvolvimento, para lidar com a escalada da violência na América Latina.

Emmanuel Letouzé, diretor da Data-Pop Alliance, discute o uso de big data para criar "proxies" de indicadores socioeconômicos
Emmanuel Letouzé, diretor da Data-Pop Alliance, discute o uso de big data para criar "proxies" de indicadores socioeconômicos - Maya van Wingerden

"Em nossa pesquisa no México, buscamos mapear os impactos da criminalidade e quantificar mudanças de comportamento dos indivíduos diante de choques de violência, em centros urbanos do país. Usamos bases de dados, mediante a acordos fechados um a um, sempre com objetivo de fins sociais e para permitir soluções escaláveis", diz Julie, sobre o projeto iniciado há um ano.

Parte do sucesso foi conseguir com que até um banco, o Banorte, o quarto maior do México, permitisse ao MIT Midia Lab acessar dados dos correntistas, de maneira anonimizada. Esses dados, associados aos do governo, dos índices de criminalidades, permitiu diagnósticos sobre o comportamento da população e as ondas de violência.

Julie e o pessoal envolvido no evento acreditam que seja possível fazer isso no Brasil, a partir das experiências desenvolvidas no México e na Colômbia.

E o evento no InovaBra Habitat é o primeiro passo para identificar oportunidades e formular propostas de possíveis projetos na área de "dados para o desenvolvimento e o bem-comum" no Brasil.


Evento:  Big Data para o Bem Comum

Quando: dia 16 (aberto ao público), das 9h às 13h

Onde: InovaBra Habitat, na avenida Angélica, 2.529, na Bela Vista (São Paulo)

Como participar: credenciamento para assistir ao evento começa às 8h

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.