Quintessa dá aula de capitalismo consciente em sua festa de dez anos

Aceleradora de negócios de impacto comemora uma década e prova tese de que é possível viver gerando impacto socioambiental positivo

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São Paulo

A aceleradora de negócios de impacto social Quintessa comemora sua primeira década de existência neste domingo (10), em evento sustentável.

A organização, voltada ao fomento do empreendedorismo social, já impulsionou mais de 70 empreendedores que buscavam superar desafios socioambientais e alavancar negócios eficientes, inovadores e lucrativos.

Um dos acelerados foi a Boomera, negócio social de reciclagem inclusiva e economia circular criado por Guilherme Brammer Jr., vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2019.

A ideia de alavancar iniciativas de impacto surgiu há 10 com o executivo Leo Figueiredo, criador e mentor do Quintessa.​

Após 30 anos atuando no mercado financeiro, ele decidiu enxergar as empresas como um veículo para deixar um legado positivo no mundo, e resolveu empreender novamente. Figueiredo abandonou sua carreira tradicional e de sucesso para fomentar outros empreendedores sociais.

"A vida te dá sinais para as mudanças. Após 30 anos de uma trajetória no mercado financeiro, eu notei que havia completado um ciclo e havia me presenteado com um legado e uma história muito relevantes para mim. A partir daí, senti que gostaria de auxiliar outras pessoas a empreender também, mas com um diferencial: o empreendedorismo de impacto social", conta o executivo.

Ele e suas sócias, Anna Souza Aranha e Gabriela Bonotti, conduziram uma atuação que vai ao encontro dos interesses da sociedade, visto que a meta é desenvolver um olhar consciente que ultrapasse os limites dos interesses próprios da organização.

Anna Aranha, diretora do Quintessa, e Victor Castello Branco, do Courrieros, no evento Histórias que Só o Quintessa Pode Contar
Anna Aranha, diretora do Quintessa, e Victor Castello Branco, do Courrieros, negócio social acelerado pela organização - Divulgação

​comemoração sustentável

Uma vez que o impacto social é um dos pilares do Quintessa, o preceito deveria ser seguido à risca em sua grande festa de comemoração.

“A criação e produção da festa nos desafiou a praticar nosso discurso de impacto socioambiental positivo”, contam Anna de Souza e Gabriela Bonotti, a dupla de diretoras que lideram o Quintessa.

Para isso, foi convocada a mentora Luciana Branco, da empresa de comunicação [ EM BRANCO ], para a criação do conceito da festa e produção do evento. 

Os convidados são empreendedores acelerados pelo Quintessa e também fornecedores e parceiros que precisam ter seu olhar treinado para se voltar ao impacto social.

“O ambiente de impacto social convida todo mundo para rever todas as práticas. Se bobeássemos, realizaríamos as festas de sempre, com produção de resíduos, desperdício e a exclusão de mão de obra necessitada de novas oportunidades”, conta Luciana Branco, que viu o time todo envolvido na produção da festa trabalhar com brilho nos olhos e a mudar as próprias vidas.

Toda a festa foi desenhada a partir do conceito do bordado. “A transformação social vai ser realidade quando cada um for responsável por suas mudanças. Os pontos do bordado representam isso e permeiam do convite à lembrancinha, passando pela cenografia do evento”, conta Gabriela. “O bordado, formado pela junção dos fios, também representa a realidade do Quintessa, composto por diversos e complementares perfis, cada um agregando valor a partir das suas melhores características”, complementa.

Os convites foram feitos pela empreendedora Camila, do Ateliê Camomila, que bordou pequenos pedaços de tecido orgânico, embalados em saquinhos criados pelo negócio Pano Social. Já a entrega deles foi feita por bicicletas, exceto quando era necessário encaminhar para fora de São Paulo --para isso, usaram o serviço dos correios.

A acelerada Instituto Muda treinou o buffet contratado para a festa para que, desde a seleção de ingredientes até a forma como as comidas e bebidas serão servidas, gerassem pouco ou nenhum resíduo. “Pequenas mudanças somadas fazem toda a diferença”, provoca Souza Aranha.

legado positivo

A festa é apenas um dos ensinamentos promovidos pela aceleradora na tentativa de deixar um legado positivo no mundo —o que, para Leo Figueiredo, é o dever de uma empresa.

O legado que o executivo mais preza é o de poder acolher, cuidar, trocar e auxiliar o aprimoramento de pessoas, o que é feito pelo Quintessa.

"A maior lição é estar ao lado dessa mobilização de pessoas extremamente competentes, de um universo nascente do empreendedorismo de impacto. Normalmente, empreender é um estado solitário, e por isso o Quintessa surgiu: pelo desejo de acolher e respeitar os sonhos de cada uma dessas iniciativas", afirma.

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