Descrição de chapéu como fugir da pobreza

Favela paulista recebe R$ 58 milhões para quebrar ciclo de pobreza

Governo de SP investe R$ 28 milhões em projeto da ONG Gerando Falcões com prefeitura de São José do Rio Preto; objetivo é ser modelo para comunidades do país

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São Paulo

A recém-batizada Favela Marte, em São José do Rio Preto (SP), é oficialmente um projeto-piloto para interromper o ciclo de pobreza no país. Nesta quinta-feira (9), o Governo de São Paulo anunciou investimento de R$ 28 milhões no Favela 3D (Digital, Digna e Desenvolvida), projeto liderado pela ONG Gerando Falcões.

Com abordagem sistêmica, o plano é construir moradias, gerar renda, melhorar condições de saúde e educação, apoiar mulheres e crianças e dar opções de lazer e cultura.

Um "plano de decolagem familiar" em uma comunidade onde a renda per capita é de R$ 199 e o desemprego atinge 71% dos moradores.

pessoas segurando termo de cooperação
O prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo (MDB); o governador de SP, João Doria (PSDB); a primeira-dama Bia Doria; o CEO da Gerando Falcões, Edu Lyra; o líder comunitário Benvindo Nery; e Marina Oliveira, do Instituto As Valquírias, no Palácio dos Bandeirantes - Divulgação/Governo do Estado de SP

"Não existe bala de prata para resolver os problemas da favela", diz Edu Lyra, CEO da Gerando Falcões, que esteve no Palácio dos Bandeirantes para assinatura do termo de cooperação.

"É preciso combinar as melhores soluções já testadas para descobrir uma forma de vencer a pobreza no Brasil."

O acordo orquestrado pela ONG com governo, prefeitura, empresas e favela custará R$ 58 milhões, dos quais R$ 15 milhões foram arrecadados por Lyra junto à iniciativa privada. Outros R$ 15 milhões serão aportados pela Prefeitura de São José do Rio Preto.

"Essa ação representa moradia digna, oferecer condições de dignidade para uma população que precisa", diz o governador João Doria (PSDB), que se comprometeu com a construção de 240 casas por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU), que já fez o cadastramento de moradores.

A prefeitura fica responsável pela desapropriação do terreno e pelas obras de infraestrutura para distribuição de água, esgoto, iluminação e pavimentação pública.

Também está no projeto o Praça da Cidadania, programa do Fundo Social de São Paulo que investirá R$ 4 milhões em cursos profissionalizantes, acesso à internet em áreas de lazer e geração de emprego e renda para a comunidade.

A Gerando Falcões cabem os custos do atendimento habitacional provisório durante a construção das moradias e a contratação de estudos e projetos técnicos.

E, claro, a "ciência de foguete", tecnologia social desenvolvida pela ONG para, segundo seu líder, "transformar a pobreza em peça de museu antes de Marte ser colonizado".

Na prática, é a soma do plano gestor de desenvolvimento da Favela Marte com integração de políticas públicas e coleta sistemática de dados que apontem as fragilidades e potencialidades da comunidade.

"Quem decide é o cidadão. O que fazemos é colocar a favela na mesa com o governador e o prefeito para cocriar soluções reais", diz Lyra, reforçando que é uma iniciativa que nasce "de dentro para fora".

Um dos que se sentam à mesa é Benvindo Nery, líder comunitário da região que era conhecida como Vila Itália. "Como se pode pensar em habitar Marte sem resolver os problemas da Terra com tanta gente com fome e frio no nosso planeta?", questiona o líder social.

Uma comitiva, incluindo moradores da Favela Marte, foi ao Palácio dos Bandeirantes para acompanhar o anúncio oficial.

O projeto-piloto lançado neste ano em São José do Rio Preto pretende se tornar escalável para comunidades de todo o país, em momento de consequências econômicas e sociais da pandemia.

"Hoje é um dia marcante para a Favela Marte e para todas as favelas do Brasil, símbolo de um futuro, de uma tecnologia que pode ser replicada para transformação real", afirma Edu Lyra.

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