Mulheres negras e indígenas vão receber R$ 2 milhões para alavancar negócios

Programas do Preta Hub em parceria com Meta e Instituto Alok selecionam 70 beneficiárias em territórios vulneráveis

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Setenta mulheres negras e indígenas de todo o país serão apoiadas pelo PretaHub, do Instituto Feira Preta. Em dois programas de aceleração distintos, estão previstos aporte financeiro, mentoria, formação e suporte psicológico para as empreendedoras.

Na Aceleração de Negócios de Empreendedoras Negras, em parceria com a Meta, R$ 1,6 milhão será investido em negócios de 50 mulheres. O objetivo é que as empreendedoras tenham ferramentas para prosperar em seus negócios e que impactem suas comunidades, empoderando economicamente outras mulheres.

Ao longo de seis meses, elas terão cursos sobre controle administrativo e financeiro, ferramentas tecnológicas para automatização de processos, comunicação e marketing. Cada empresária receberá R$ 32 mil.

menina negra de cabelos crespos sorri para câmera; atrás há um muro de tijolos
Kaynara Paixão, 27, usa as redes sociais para dar dicas de penteado, beleza e moda e inspirar outras meninas negras - Kaynara Paixão / Kay no Crespo

No Pretas Potências, programa voltado à economia criativa, em parceria com Instituto Alok e a cervejaria Black Princess, 20 mulheres negras e afro-indígenas serão apoiadas com R$ 20 mil cada, além de mentoria.

Foram contemplados negócios em novas mídias, design, fabricação digital, tecnologia e música oriundos de territórios vulneráveis. Caso de Kaynara Paixão, 27, de São Luís do Maranhão.

Dona do canal Kay no Crespo, desde 2017 ela usa as redes sociais para contar como foi sua transição capilar, dá dicas de penteado, beleza e moda para inspirar outras meninas.

Como trabalha e faz faculdade, Kaynara usa o período noturno para criar conteúdo. "Faço tudo sozinha, às vezes passo a madruga lavando o cabelo", conta.

Com a aceleração, ela pretende investir em equipamentos, conhecer pessoas e agregar valor ao seu conteúdo.

"No meu estado muitas marcas ainda não olham para criadoras negras, temos que nos dedicar três vezes mais para nos destacar. Ainda estou anestesiada, essa é uma grande oportunidade", comemora.

Essa discrepância foi apontada pela pesquisa Potência Negra, elaborada pela PretaHub e pelo Instituto Locomotiva Brasil em novembro de 2021. A falta de disponibilidade de dinheiro é o fator de que a população negra sente mais falta para alcançar seus sonhos empreendendo.

"Um dos gargalos do empreendedorismo negro é o crédito", afirma Adriana Barbosa, CEO do PretaHub e fundadora da Feira Preta, um dos maiores eventos de cultura negra no país.

"Não é possível falar de evolução da população negra sem a união da capacitação e do acesso a recursos, pois somente essa combinação é capaz de transformar o empreendedorismo de sobrevivência, hoje a principal razão de empreender desta comunidade, em oportunidade bem-sucedida de negócio", completa.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.