As organizações MapBiomas e Nossas são vencedoras do Prêmio Skoll de Inovação Social. As iniciativas brasileiras se destacaram em um rol de seis iniciativas que impulsionam mudanças sociais no mundo.

A cerimônia da premiação, considerada uma das mais tradicionais no terceiro setor, acontece nesta quarta-feira (6) de maneira virtual. Os vencedores recebem doação de US$ 2,2 milhões e são beneficiados pela rede da Fundação Skoll, que desde 1999 fortalece o empreendedorismo social.

"No mesmo ano em que a fundação ultrapassa US$ 1 bilhão investido em inovadores e empreendedores sociais, reconhecemos que os desafios interconectados que enfrentamos estão crescendo e exigem que todos procuremos soluções novas e mais ousadas", afirma Don Gips, CEO da Fundação Skoll.

O MapBiomas monitora transformações na cobertura e no uso da terra no Brasil. Os dados da plataforma auxiliam em estratégias de combate ao desmatamento e queimadas, na proteção de unidades de conservação e terras indígenas, no monitoramento dos recursos hídricos, entre outras.

Para a rede, formada desde 2015 por ONGs, universidades e startups de tecnologia, o prêmio reconhece a importância de promover a conservação e o uso sustentável de recursos naturais no planeta.

"B uscamos produzir informações de qualidade sobre como usamos a terra para orientar decisões de governos, empresas, organizações da sociedade civil e indivíduos de forma que cada um de nós possa deixar o mundo melhor do que encontramos para a próxima geração", diz Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas.

O valor do prêmio será destinado à expansão do MapBiomas na América do Sul e Indonésia e na ampliação dos temas de monitoramento, como degradação, superfície de água, cicatrizes de fogo e regeneração.

O Nossas apoia o ativismo de pessoas, coletivos e organizações por direitos e melhores políticas públicas. A organização aposta na ideia de que ações coletivas são a forma mais eficiente de resolver problemas sociais.

"É um reconhecimento de todo um trabalho, desde 2011, quando a organização foi fundada", afirma Alessandra Orofino, cofundadora do Nossas e finalista do Prêmio Empreendedor Social de Futuro, em 2013, com a ONG Meu Rio.

"Vamos doar uma parte importante do prêmio para outras organizações e coletivos brasileiros, de base comunitária, com o objetivo de impulsionar ainda mais o terceiro setor no Brasil", completa.

Em mais de duas décadas, somente três organizações brasileiras haviam sido vencedoras do Prêmio —Skoll –Recode (2005), Instituto Dara (2006) e Imazon (2010).

Nesta edição, também foram vencedores Common Future (EUA), Noora Health (Índia), Financing Alliance for Health (Quênia) e NDN Collective (EUA). As iniciativas atuam com sistemas de saúde, justiça racial e economia inclusiva.

O prêmio, que seleciona três inovadores sociais por ano, elegeu o dobro de vencedores pois em 2021 não houve premiação devido à pandemia.