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Cérebro não assimila uma implosão, como do submarino Titan, no momento em que ocorre

Especialista afirma que o fenômeno acontece tão rapidamente que o órgão humano não tem tempo de entender

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DW

Implosão do submarino rumo ao Titanic teria ocorrido em uma fração de milissegundo, antes que os passageiros percebessem que algo estava errado. Segundo especialista, os ocupantes do submersível Titan sequer teriam percebido a implosão do veículo.

A pressão no submersível, chamado popularmente de submarino, era enorme em uma profundidade tão grande, fazendo com que a implosão acontecesse em uma fração de milissegundo, de acordo com Aileen Maria Marty, ex-oficial da Marinha e professora de medicina de catástrofes da Universidade Internacional da Flórida, em entrevista à emissora americana CNN.

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Especialista aponta que cérebro humano não é capaz de processar uma implosão por ocorrer muito rapidamente - OceanGate Expeditions/Divulgação

A especialista afirmou que o cérebro humano não é capaz de entender a situação tão rapidamente. "A coisa toda teria colapsado antes que as pessoas lá dentro percebessem que havia um problema", afirmou.

Em uma implosão, um objeto colapsa repentinamente se a pressão externa for maior que a interna. O fenômeno ocorre na proporção de forças inversa à de uma explosão. Basta o menor defeito estrutural para desencadear tal catástrofe em uma grande profundidade.

Os ocupantes do Titan morreram, de certa forma, sem saberem que iriam morrer, segundo Marty. "Em última análise, entre as muitas maneiras das quais podemos morrer, essa foi indolor."

A Guarda Costeira dos EUA anunciou na quinta-feira, após dias de buscas intensas, que a quase 500 m da proa do naufrágio do Titanic fragmentos de detritos foram encontrado. A profundidade era de cerca de 3.800 m. Eles pertencem ao Titan, desaparecido com cinco pessoas a bordo. A Guarda Costeira falou de uma "implosão catastrófica" que matou os ocupantes do veículo.

Conheça os participantes da expedição.

O vendedor de jatos particulares

Um dos cinco ocupantes do submersível, o empresário britânico Hamish Harding, 58, estava familiarizado com explorações extremas como a realizada nos destroços do Titanic. Além de suas aventuras, sobre as quais ele contava nas redes sociais, poucos detalhes são conhecidos sobre a carreira e a fortuna do CEO da empresa de vendas de jatos particulares Action Aviation, fundada em 2004.

Formado em ciências naturais e engenharia química pela Universidade de Cambridge, Harding viajou ao espaço há um ano a bordo do foguete New Shepard da Blue Origin, em um voo de dez minutos que marcou a quinta missão tripulada bem-sucedida da empresa de Jeff Bezos.

O cientista francês

O francês Paul-Henri Nargeolet, 77, era especialista em mergulho e arqueólogo marítimo. Um explorador de águas profundas, ele foi oficial da Marinha na primeira fase de sua carreira. Liderou o grupo de mergulhadores de remoção de minas em Cherbourg, no noroeste da França, antes de se tornar piloto de submarino da Marinha Francesa. Mais tarde se dedicou à arqueologia marítima e escavou vários naufrágios.

Já em 1987, Nargeolet viu destroços do Titanic a bordo do submarino francês Nautile. Dezenas de mergulhos se seguiram, nos quais várias centenas de objetos foram encontrados. Os últimos aconteceram em meados de 2021.

Empresário paquistanês e filho

Um proeminente empresário paquistanês e seu filho também estavam a bordo do submersível. Eles eram Shahzada Dawood, 48, vice-presidente do conglomerado Engro, com sede em Karachi, no sul do Paquistão, e seu filho Suleman, 19, ambos cidadãos britânicos. A Engro tinha investimentos em vários setores de negócios: energia, agricultura, petroquímica e telecomunicações.

O chefe da expedição, empresário, guia e capitão

A quinta pessoa a bordo era o americano Stockton Rush, diretor da OceanGate Expeditions, empresa organizadora da viagem e que ele fundou em 2009.

A companhia do homem descrito pela revista Smithsonian como um "inventor temerário", começou a levar clientes para ver os restos do Titanic a bordo de seu submersível especialmente construído para isso em 2021. Rush disse que o a visita ao naufrágio era parte de uma estratégia de marketing enquanto ele tentava desenvolver inovações para embarcações submersíveis.

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