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'Cotovelo de tenista' apresenta dor e indica danos em músculos e tendões

Condição pode ser consequência de qualquer atividade que envolva fazer o mesmo movimento várias vezes

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Amanda Loudin
The New York Times

Começa com uma dor persistente na parte externa do cotovelo e, aos poucos, torna-se mais debilitante. Isso pode acontecer com você mesmo que nunca tenha pegado numa raquete de tênis ou taco de golfe. Embora até 50% dos praticantes a desenvolvam a cada ano, a epicondilite lateral, como é conhecida pelos especialistas, é uma das lesões por esforço repetitivo mais comuns na parte superior do corpo.

As causas do cotovelo de tenista variam, mas podem incluir uso de um martelo por um longo período pintura, musculação e até jardinagem. Ou pode ser uma combinação de gatilhos.

Estudo mostra que pessoas com mais de 40 anos são mais suscetíveis, assim como fumantes, obesos e aquelas que praticam movimentos repetitivos por pelo menos duas horas por dia. Se você suspeitar que está com cotovelo de tenista ou de golfe, existem maneiras de curar, retornar à atividade e, com sorte, manter a dor sob controle.

Condição é causada por movimentos repetitivos - Michael Cunningham/PeopleImages/Adobe Stock

O que é cotovelo de tenista?

Tanto o cotovelo de tenista quanto o de golfe são lesões por uso excessivo resultantes de danos aos músculos e tendões que vão do pulso ao cotovelo. Se for usado demais, e você não tiver força suficiente nos músculos e no núcleo do ombro, os tendões podem sofrer rupturas microscópicas no local onde ele se liga ao cotovelo, o que causa dor e inflamação.

O primeiro sinal de que você pode ter a doença é a dor perto do cotovelo, diz Theresa Marko, médica e fisioterapeuta na cidade de Nova York e porta-voz da Associação Americana de Fisioterapia. "Você também pode sentir uma rigidez nos músculos do antebraço", pontua. "Às vezes, você sentirá uma sensação de ‘clique’ ou 'pegada', ou não conseguirá estender totalmente o cotovelo."

A dor foi a primeira indicação de Melanie Madden de que algo estava errado, dois anos atrás. "Eu jogava tênis fazia cerca de três meses quando notei pela primeira vez", conta a corretora de imóveis de 45 anos de Boulder, no Colorado. "Na época, eu tinha um cachorro novo e frequentemente jogava bola para ele, praticava ioga e jogava golfe. Eu meio que ignorei a dor e esperei que melhorasse."

Em pouco tempo, a dor estava acordando Madden no meio da noite, e até quando ela pegava uma xícara de café.

Como lidar com a condição

Gerenciar a dor logo que ela começar pode encurtar o tempo necessário para superá-la. "Pode ser uma lesão teimosa", diz Marci Goolsby, médica de medicina esportiva e diretora do Centro de Medicina Esportiva Feminina do Hospital para Cirurgia Especiais em Nova York.

As primeiras linhas de defesa contra cotovelo de tenista ou golfe devem ser identificar as atividades que o causam. "Se você teve um aumento repentino em seu jogo de pingue-pongue, por exemplo, reduza", recomenda Marko. Se você detectar o problema suficientemente cedo, reduzir o tempo gasto na lesão agravante pode ser suficiente. Caso contrário, pare completamente até progredir nos exercícios de reabilitação.

Isso pode ser complicado porque muitas atividades diárias simples –usar o telefone, tarefas domésticas como varrer, costurar ou até lavar louça– podem agravar a lesão.

Em seguida, os especialistas recomendam gelo e anti-inflamatórios, além de usar uma cinta de cotovelo de tenista, que fornece compressão no ponto de dor (embora alguns estudos tenham descoberto que o efeito pode ser psicológico).

Alguns especialistas também sugerem uma cinta de imobilização do punho (munhequeira) para dores intensas, pois evita que você estenda o pulso de uma forma que causa dor no cotovelo. Você também pode tentar massagear suavemente a parte superior do antebraço, com a mão voltada para baixo, 3 a 5 cm abaixo do cotovelo, diz Marko.

Na maioria dos casos, porém, a raiz do problema é a falta de força na área do ombro, pontua ela. "Imediatamente, você pode começar a fazer alguns exercícios de ombro e manguito rotador."

Uma tentativa é a rotação externa do ombro: deite-se do lado não afetado, com uma toalha enrolada entre o braço e o tronco. Dobrando o braço superior no cotovelo, abaixe-o em direção ao estômago e volte novamente, repetindo 15 vezes em três séries. Você também pode adicionar apertos simples da omoplata em pé ou sentado, repetindo 15 vezes em três séries. Com o tempo e à medida que se sentir melhor, pode incluir pesos ou faixas de resistência.

"No entanto, se o cotovelo estiver doendo, segurar um peso será doloroso", afirma Marko. "O que eu faço é colocar um peso de tornozelo em volta do pulso da pessoa e fazer com que ela relaxe a mão enquanto executa os movimentos dos exercícios de decúbito lateral."

A Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos tem um programa de exercícios para fazer em casa (clique para ler em inglês).

Se você não estiver progredindo, um fisioterapeuta pode te ajudar a soltar manualmente a articulação e desenvolver um programa de fortalecimento personalizado. O profissional também pode colocar seu braço em movimento para avaliar sua prontidão para retornar ao esporte ou atividade.

Ao começar a se curar, tente testar seu cotovelo em pequenos incrementos do esporte ou atividade, deixando a dor ser seu guia. Na pior das hipóteses –caso você tenha descansado por várias semanas e até visitado um fisioterapeuta–, vale a pena procurar um especialista em ortopedia, diz Robert Parisien, cirurgião ortopédico do Mount Sinai na cidade de Nova York.

"Não porque vamos sugerir cirurgia, mas para considerar outros tratamentos", afirma. "Há uma taxa de sucesso de cerca de 95% com uma combinação de tratamentos."

Tradução Luiz Roberto M. Gonçalves

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