Veja dez livros sobre criação de crianças e adolescentes indicados por especialistas

Pais e responsáveis podem contar com a literatura para entender o tema e tirar dúvidas

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Curitiba

Quando dizer não? Como abrir o diálogo com um filho adolescente? Deve-se punir os filhos? Como cuidar da alimentação desde a infância?

A parentalidade é uma jornada surpreendente e ninguém está totalmente pronto para todos os desafios que ela oferece. Não existe uma fórmula mágica para se tornar pai ou mãe, pois, independentemente de ser experiente no assunto, os pais e responsáveis sempre vão se perguntar se estão agindo corretamente.

Pai conforta filha em idade escolar que chora no sofá
Não existe uma fórmula mágica para se tornar pai ou mãe, mas livros podem ajudar no processo - Fizkes/Adobe Stock

Para ajudar nesse processo, confira dez livros indicados por especialistas que compartilham alguns métodos, ferramentas e estratégias para lidar com os desafios diários na educação de crianças e adolescentes.

Esta é a última publicação da série "Como Criar", que compartilhou semanalmente conteúdo sobre parentalidade durante o mês de julho. Agora, com o término, as reportagens não terão a mesma periodicidade. No entanto, todos os textos sobre parentalidade publicados na Folha terão o selo "Como criar", que indicará ao leitor que a reportagem em questão aborda temas que envolvem o desenvolvimento de crianças e adolescentes.

O livro que você gostaria que seus pais tivessem lido (e seus filhos ficarão gratos por você ler) (Fontanar, 2020)

Todos os pais querem que seus filhos sejam felizes, porém, em vez de mapear um plano "perfeito" para uma criação feliz, a autora Philippa Perry oferece um olhar geral sobre como desenvolver relacionamentos afetivos de qualidade com os filhos sem julgamentos ou regras.

Quem recomenda a obra é a especialista em Terapia Cognitiva Comportamental da Universidade de São Paulo (USP) Fabíola Luciano: "O livro consegue transitar pela perspectiva dos filhos, garantindo uma porta de entrada para a comunicação efetiva com eles. E, ao mesmo tempo, toca o universo dos pais, sensibilizando para a importância de se revisitar para exercer uma educação parental positiva".

Coerção e suas implicações (Livro Pleno, 2001)

Escrita pelo cientista comportamental Murray Sidman, a obra apresenta uma discussão sobre temas como coerção, punição e defesa dentro da parentalidade e nas relações humanas.

A dica é do pedagogo pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e mestre em Estudos Literários da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Geraldo Peçanha. "O livro desmonta a ideia de que a severidade e restrições resultam em adultos mais dóceis e amorosos", diz.

Compreendendo a infância

"Compreendendo a infância" não é exatamente um livro, mas uma série de pequenos textos escritos por terapeutas de crianças na Inglaterra para ajudar a esclarecer os sentimentos e visões de mundo desde a infância até a adolescência.

A indicação é da professora e psicóloga Belinda Mandelbaum, que coordena o Laboratório de Estudos da Família da USP. A especialista foi quem traduziu os textos para o português e diz que a leitura vale tanto para "pais como profissionais que trabalham com crianças". O conteúdo pode ser acessado no site do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo).

O Jardineiro e o Carpinteiro (Temas e Debates, 2017)

Escrito pela renomada estudiosa do comportamento infantil Alison Gopnik, "O Jardineiro e o Carpinteiro" sugere que ser pai ou mãe não é como ser carpinteiro, ou seja, não existe manual e nem um passo a passo (que segundo ela é como a noção de parentalidade é entendida).

"A autora recorre à metáfora do jardineiro, mostrando que ser genitor envolve intuição, atenção e mudança: as necessidades mudam, o modo de se relacionar com os filhos também. Não há fórmulas, há apostas e esperança", comenta Paulo Sergio Fochi, coordenador do curso de especialização em Educação Infantil da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), que indica esse livro.

Os 7 segredos para criar filhos bons de garfo (Alaúde, 2015)

Aqui vai uma dica de nutrição: este livro, da escritora canadense Karen Le Billon, discorre sobre como estimular o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis em crianças para construir uma relação positiva frente à alimentação. A obra aborda igualmente temas como valorização das refeições em família, apreciação da comida e promoção de alimentos preparados em casa.

A indicação é feita pela coordenadora de nutrição da Liga de Obesidade Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Clarissa Fujiwara. Segundo ela, "a leitura fornece algumas ideias de brincadeiras e jogos para despertar o interesse e curiosidade das crianças pelos alimentos, sob um viés de apreciar as refeições dos pais e cuidadores".

Eduque com carinho (Juruá, 2009)

"Eduque com carinho" é uma série com dois livros: um para os pais e outro para os filhos. O conjunto apresenta os 12 princípios da educação positiva e tem como objetivo tornar os pais mais seguros, empáticos e participativos, ajudando seus filhos a se tornarem autônomos, autoconfiantes, afetivos e com regulação socioemocional.

Escrito por Ligia Weber, quem dá a dica é o professor titular do Departamento de Psicologia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mauro Luis Vieira. "A obra traz importantes indicações sobre como é possível educar com afeto e ao mesmo tempo estabelecer limites", conta o professor.

Para conversar é preciso um par (Pró-Fono, 2022)

"Para Conversar é Preciso um Par" é considerado um guia prático, com uma linguagem simples, clara e muito acessível aos pais sobre estratégias que podem ser incorporadas no dia a dia e ajudar no desenvolvimento da fala infantil. A obra de Elaine Weitzman traz técnicas práticas para interações prazerosas, motivadoras e que favorecem o desenvolvimento da fala e da linguagem.

Segundo a fonoaudióloga e doutora em Linguística pela USP Elisabete Giusti, o livro é de excelente ajuda para "estabelecer uma conexão e interação adequada e para os pais ocuparem o lugar de parceiros de comunicação com a criança".

Como ser um bom ancestral (Zahar, 2021)

Em "Como ser um bom ancestral", Roman Krznaric faz um alerta não só para os pais, mas para a humanidade de que é preciso se libertar da tirania do agora e aprender a pensar a longo prazo, muito além da nossa geração. Para isso, ele revela seis maneiras para os pais serem aqueles de quem os filhos, netos e bisnetos se orgulharão.

Segundo a pediatra e doutora em Ciência pela Faculdade de Medicina da USP Denise Lellis, o livro é essencial para discutir a consciência das consequências de nossas ações no futuro distante e transmitir um mundo que seja adequado para o florescimento da vida.

Disciplina sem drama (Nversos, 2016)

O livro é um manual prático de como tratar birras, estresses, tensões e tristezas, redirecionando as emoções e transformando a relação parental. Além disso, traz aspectos do cérebro em desenvolvimento da criança e do adolescente, conscientizando os pais sobre o que já são capazes de compreender e assimilar, tranquilizando as ansiedades e expectativas no processo de educação.

Quem faz a indicação é da neuropsicopedagoga Laine Queiroz. Segundo a especialista, "o livro traz uma linguagem clara, acessível e é escrito em forma de roteiros práticos e simples. Nos leva a reflexões e muita aprendizagem".

A arte da imperfeição (Sextante, 2020)

Neste livro, Brené Brown desconstrói as ideias em torno da perfeição tão enraizadas na sociedade e que interferem enormemente na forma com a qual pais educam seus filhos. A autora compartilha de uma forma simples e profunda, com sugestões de práticas cotidianas, como equilibrar a rotina e trazer referências positivas para os filhos.

"A obra contribui de forma simples, objetiva e prática a sermos o que gostaríamos que nossos filhos fossem. Esses livros podem colaborar na construção desse repertório para conseguirmos transmitir isso para eles". É que explica Ana Kleinman, que indica a obra e é doutora em Psiquiatria da Infância e Adolescência pela USP.

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