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Covid longa pode levar a declínio cognitivo mensurável, mostra estudo

Participantes com a condição tiveram pior desempenho em testes que avaliaram o QI

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Pam Belluck
The New York Times

A Covid longa pode levar a um declínio cognitivo mensurável, especialmente na capacidade de lembrar, raciocinar e planejar, sugere um novo estudo de grande porte.

Testes cognitivos realizados em quase 113.000 pessoas na Inglaterra descobriram que aqueles com sintomas persistentes pós-Covid pontuaram o equivalente a seis pontos a menos no QI do que pessoas que nunca foram infectadas pelo coronavírus, de acordo com o estudo, publicado no The New England Journal of Medicine.

Pessoas que foram infectadas e não tinham mais sintomas pontuaram o equivalente a três pontos a menos do que pessoas que nunca tiveram a doença, mesmo que tenham ficado doentes por pouco tempo.

Estudo mostra que a Covid longa pode levar a declínio cognitivo mensurável - Andrea Danti/Adobe Stock

As diferenças nas pontuações cognitivas foram relativamente pequenas, e especialistas em neurologia alertaram que os resultados não implicavam que ser infectado pelo coronavírus ou desenvolver Covid longa causasse déficits profundos no pensamento e na função. Mas os especialistas disseram que os achados são importantes porque fornecem evidências numéricas para a névoa cerebral, problemas de foco e memória que afligem muitas pessoas com a condição.

O estudo, liderado por pesquisadores do Imperial College London, envolveu 112.964 adultos que completaram uma avaliação cognitiva online nos últimos cinco meses de 2022. Cerca de 46.000 deles, ou 41%, disseram que nunca tiveram Covid. Outras 46.000 pessoas que foram infectadas pelo coronavírus disseram que sua doença durou menos de quatro semanas.

Aproximadamente 3.200 pessoas tiveram sintomas pós-Covid que duraram de quatro a 12 semanas após sua infecção, e cerca de 3.900 tiveram sintomas além de 12 semanas, incluindo alguns que duraram um ano ou mais. Desses, 2.580 pessoas ainda sentiam manifestações da doença no momento em que fizeram o teste cognitivo.

As pontuações mais baixas foram geralmente vistas naqueles que tiveram infecções no início da pandemia, antes que as vacinas e tratamentos antivirais estivessem disponíveis. Pessoas vacinadas tiveram um desempenho um pouco melhor do que as não vacinadas. Pessoas que foram infectadas mais de uma vez pontuaram apenas ligeiramente mais baixo do que aquelas que foram infectadas uma única vez.

Os resultados foram piores para pessoas que foram hospitalizadas. Os 228 participantes do estudo que passaram tempo em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) pontuaram o equivalente a 9 pontos de QI a menos do que pessoas que não foram infectadas.

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